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António Guterres: Curiosidades sobre o próximo Secretário-geral da ONU

Fonte: Diário do Povo Online    08.10.2016 14h30

O outrora Primeiro-ministro de Portugal que testemunhou a passagem de Macau para a Repúbica Popular da China (RPC), foi recentemente eleito Secretário-geral das Nações Unidas. O Diário do Povo Online aproveita a solene ocasião para dar a conhecer algumas curiosidades sobre António Manuel de Oliveira Guterres.

Nascido a 30 de abril de 1949, em Lisboa, António Guterres passa parte da infância na localidade de Donas, no distrito português de Castelo Branco.

Com um percurso académico brilhante, foi trilhando o seu caminho com distinção ao longo de todas as instituições de ensino que o acolheram, culminando com a graduação em Engenharia Eletrotécnica, em Lisboa, como melhor aluno do curso, em 1971.

É durante esta altura que se cruza com o atual Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, onde ambos participaram em atividades da Juventude Universitária Católica e onde cimentaram o que mais tarde se viria a tornar numa relação de amizade entre dois rivais políticos.

Afilia-se em 1973 ao Partido Socialista, no ano da sua fundação, tornando-se num dos jovens proeminentes na hierarquia partidária. É dado o início da sua ascensão na carreira política.

Assume em 1983, pela primeira vez, um cargo de caráter internacional, ao tornar-se presidente da Comissão Parlamentar de Demografia, Migrações e Refugiados da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa.

Em 1991 funda o Conselho Português para os Refugiados, consolidando a sua atividade em campos de ação que, no começo de 2017, serão um dos seus focos de atenção.

Após ascender ao cargo de Secretário-geral do Partido Socialista, António Guterres torna-se posteriormente Primeiro-ministro de Portugal, em 1995, cargo que viria a ocupar até ao ano de 2002. Durante este período, foram lançadas as bases para a independência de Timor-Leste e ocorreu a transferência da soberania de Macau para a China.

Em 2005 assume a presidência da ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados, onde acrescenta ao currículo um vasto rol de experiências, nomeadamente de intervenção no terreno (como o próprio afirmou preferir), nas quais se inclui a recente crise humanitária da Síria, que viriam acrescentar credibilidade ao seu currículo na candidatura para o cargo de Secretário-geral da ONU.

A sua preocupação com questões sociais advém dos tempos em que tomava parte de ações de apoio social na Juventude Universitária Católica. A sua passagem pelo governo português foi marcada pela implementação de medidas como: ensino pré-escolar garantido pelo Estado, reforço do Sistema Nacional de Saúde, criação de medidas de apoio à terceira idade, programas de combate à pobreza, criação do Rendimento Mínimo Garantido e o combate à toxicodependência.

O futuro Secretário-geral é também conhecido pela sua capacidade de diálogo e de gerar consensos entre partes litigantes, uma das características proeminentes na sua passagem pelo cenário político e que é vista por analistas como fulcral para o cargo que irá desempenhar.

António Guterres expressou-se de forma sucinta perante a boa nova da responsabilidade que lhe fora concedida: “Só tenho duas palavras, humildade e gratidão”.