Macau, 11 out (Xinhua) -- Desde o estabelecimento do Fórum de Macau, há 13 anos, a cidade tem contribuído para uma maior dinâmica das relações entre a China e os países de língua portuguesa, declarou Mário Vicente, delegado de Cabo Verde no Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China os Países de Língua Portuguesa (Macau).
O papel do Fórum de Macau é visto não apenas nas relações comerciais, mas também nas relações culturais e nas aproximações de idiomas e pessoas, acrescentou Mário em uma entrevista exclusiva à Xinhua no âmbito da atual 5ª Reunião Ministerial do Fórum de Macau.
"O maior ganho do Fórum de Macau é aproximar os povos."
Delegado de um dos países membros do Fórum de Macau, Mário considera a cidade fácil em termos de linguagem e cultura.
Como em Macau convivem as culturas asiáticas, africanas, europeias e até latinas, a cidade é uma plataforma em que "todas as pessoas que veem aqui se sentem bem integradas e bem recebidas".
De acordo com ele, Cabo Verde é um país pouco conhecido na China mas vem atraindo mais investimento dela graças ao Fórum de Macau, como o realizado pela Macau Legend Development Limited.
Quanto ao centro de formação subordinado ao Fórum de Macau, Mário afirmou que Cabo Verde tem participado ativamente desse mecanismo ao enviar não só funcionários públicos mas também pessoas dos setores privados. Esses enviados tiveram uma boa experiência na cidade não apenas nos cursos de formação, mas também nos intercâmbios culturais em que conheceram mais de Macau e toda a China.
O centro de formação do Fórum de Macau foi estabelecido em março de 2011, visando dar cursos aos funcionários, técnicos e profissionais da China e dos países de língua portuguesa. Até agora, o centro organizou mais de 30 cursos com a participação de 800 pessoas dos oito membros do Fórum de Macau --China e os países lusófonos Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal e Timor-Leste.
Quanto ao desenvolvimento futuro do Fórum de Macau, Mário sugeriu colocar mais em prática a experiência conseguida até agora e intensificar a relação econômica e comercial ao focá-la nos interesses das principais cidades da agenda de cooperação desses países. "Penso que esse é o desafio agora para o Fórum de Macau e para a relação entre a China e os países de língua portuguesa."
"Devemos procurar mais dinâmica entre os setores privados, entre as empresas e associações comerciais. Os governos e as agências do Fórum devem continuar apoiando e criando condições para essa aproximação dos setores privados."
A 5ª Reunião Ministerial do Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China os Países de Língua Portuguesa será aberta em 11 de outubro em Macau, com a participação dos premiês da China, Portugal, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e representantes governamentais do Brasil, Angola e Timor-Leste.