Beijing, 22 abr (Xinhua) -- As preocupações de que os níveis de dívidas da China atingiram um limite crítico e representam um risco sistemático são exagero, e a alta relação dívida-PIB do país deve ser posta em perspectiva, segundo um relatório de um banco de investimento.

O saldo dos empréstimos concedidos pelas instituições financeiras chinesas totalizou 98,56 trilhões de yuans (US$ 15,21 trilhões) no final de março, aumento de 14,7% em termos anuais, segundo os dados do Banco Popular da China (BPC, o banco central), divulgados na quarta-feira.

Alguns argumentam que a relação dívida-PIB da China já atingiu um ponto de maneira que pode levar ao risco sistemático e crescimento descarrilado, mas nós discordamos, disse Qu Hongbin, economista-chefe do HSBC para a China, num relatório na quinta-feira, acrescentando que simplesmente comparar a relação dívida-PIB da China com outros países é enganador.

A relação dívida-PIB da China é realmente alta, e segundo reportagens ficou em mais de 250% no fim de 2015. Ainda isto deve ser avaliado sob o contexto da rara alta taxa de poupança da China, que ficou acima de 40% por duas décadas, Qu assinalou.

A análise de regressão do HSBC, que usa dados de dívidas do Banco para Compensações Internacionais, sugere que o aumento de cada um ponto percentual na taxa de poupança nacional implica um crescimento de 3,6 pontos percentuais no nível de dívidas. A partir desta perspectiva, os níveis de dívidas da China são consistentes com sua alta taxa de poupança.

Outro fator é uma estrutura financeira dominada por bancos, o que significa que a poupança de superavit do setor familiar foi transferida para investimento corporativo através de empréstimos bancários em vez de financiamento por valores mobiliários, provocando uma acumulação mais rápida de dívidas. O financiamento por valores mobiliários respondeu por menos de 5% do financiamento total na economia na última década, segundo o relatório.