Brasil lança primeiro plano internacional de adaptação climática com foco em saúde na COP30

Fonte: Xinhua    14.11.2025 13h23

Durante a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém, no norte do Brasil, o Ministério da Saúde brasileiro apresentou, nesta quinta-feira, o primeiro plano internacional de adaptação climática dedicado exclusivamente à saúde.

O documento, denominado Plano de Ação Saúde de Belém, propõe medidas concretas para que os países fortaleçam seus sistemas de saúde diante dos efeitos da mudança climática, com atenção especial às populações mais vulneráveis.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, enfatizou que o Brasil liderou a elaboração do plano juntamente com o Reino Unido, Egito, Azerbaijão e Emirados Árabes Unidos, países que compõem o chamado Grupo de Baku.

"Aqui em Belém, no coração da Amazônia, a COP30 nos apresenta um dilema: permanecer presos à retórica e às promessas ou transformar o compromisso político em ações concretas. A resposta do Brasil é clara: é hora de passar da reflexão à ação", afirmou o ministro.

"O desafio que apresentamos nesta COP30 é o de enfrentar, juntos, em um verdadeiro mutirão, os desafios interligados entre clima e saúde. Precisamos de uma estratégia de adaptação coordenada que reconheça as necessidades e os contextos locais e valorize o poder do multilateralismo e da cooperação internacional", acrescentou.

O plano internacional será implementado em três linhas principais: monitoramento de dados climáticos e de saúde, construção de infraestrutura de saúde mais resiliente a desastres e garantia de atendimento contínuo para comunidades vulneráveis.

Padilha indicou que serão alocados recursos já existentes no orçamento nacional e que serão buscados financiamentos privados e multilaterais para a implementação das medidas. O lançamento coincidiu com a criação da Coalizão de Financiadores do Clima e da Saúde, composta por mais de 35 organizações filantrópicas, que anunciou um investimento inicial de US$ 300 milhões para apoiar a implementação do plano e promover soluções para problemas como calor extremo, poluição do ar e doenças infecciosas relacionadas ao clima.

Segundo a coalizão, os últimos dez anos foram os mais quentes já registrados, e o aumento das temperaturas já está causando sérias consequências para a saúde humana, como ondas de calor mortais, a disseminação da dengue e a deterioração dos níveis de nutrição.

Com o Plano de Ação Saúde de Belém, o Brasil busca colocar a saúde humana no centro da ação climática global e da necessidade de respostas coordenadas à crise global de clima e saúde.

(Web editor: Mariana Pan(实习), 符园园)
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