
Um robô da Unitree Robotics interage com os participantes da Web Summit em Lisboa, Portugal, em 12 de novembro de 2025. (Foto: Xinhua)
O estande da Unitree Robotics na Web Summit deste ano, em Lisboa, parecia mais um palco de concerto em miniatura, com uma multidão de pessoas em vários níveis observando um ágil robô humanoide cumprimentando os visitantes, fazendo reverências, socando o ar e, finalmente, iniciando uma coreografia sob luzes piscantes.
Rodriguez, fundador de uma startup espanhola, aproximou-se para cumprimentar o robô, posar para fotos e acompanhar seus movimentos de dança improvisados. "Eu só tinha visto robôs chineses online. Esta é a primeira vez que vejo um pessoalmente — é incrível", disse ele, balançando a cabeça em descrença.
"Eu adorei!", disse Eliano Marques, chefe de uma startup local de dados e inteligência artificial (IA), rindo enquanto abraçava o robô. Impressionado, ele decidiu na hora encomendar duas unidades. "O futuro da robótica está na China. Queremos uma cooperação profunda e de longo prazo com a Unitree."
Segundo Wang Zhe, gerente regional da Unitree, o distribuidor português da empresa recebeu inúmeras consultas durante a conferência e já vendeu dezenas de robôs localmente. "Haverá mais", acrescentou, confiante.
O entusiasmo em torno dos robôs da Unitree reflete a crescente atenção que a inovação chinesa vem recebendo em todo o mundo, bem como o impulso da cooperação digital entre a China e Portugal.
A Web Summit deste ano também contou, pela primeira vez, com uma Cúpula da China, com palcos e programas exclusivos destacando os avanços da China em IA e transformação industrial.
Como um dos destaques, uma equipe de empresas de tecnologia chinesas participou. Entre elas, Huawei, Alibaba, Tencent e Unitree — marcando a primeira aparição coletiva de empresas chinesas na Web Summit.
“Essas empresas representam a vitalidade e o potencial do comércio digital e da economia digital da China. Elas vieram com sinceridade, buscando cooperação mutuamente benéfica e desenvolvimento compartilhado”, disse Zhu Guangyao, funcionário do Ministério do Comércio da China.
Na área de exposição da China, a Huawei exibiu suas principais capacidades em IA e computação em nuvem; a Tencent atraiu multidões com uma plataforma de design de impressão 3D; o Alibaba apresentou suas ofertas globais em computação em nuvem, IA, big data e serviços corporativos.
Muitos visitantes europeus afirmaram que as tecnologias e os produtos em exibição das empresas chinesas eram “mais abertos e mais maduros do que o esperado”.
Joana Gaspar, membro do conselho executivo da Agência Portuguesa de Investimento e Comércio Exterior (AICEP), enfatizou que a China possui escala industrial e profundidade tecnológica, enquanto Portugal tem forte experiência em aglomerados regionais de inovação e integração indústria-academia-pesquisa.
“Essa relação altamente complementar pode impulsionar a inovação conjunta com impacto global”, afirmou.
Portugal espera aprofundar a cooperação com a China em áreas como transição energética, mobilidade verde, manufatura inteligente, tecnologia digital, saúde e ciências da vida, acrescentou Gaspar.

Um robô da Unitree Robotics interage com os participantes da Web Summit em Lisboa, Portugal, em 12 de novembro de 2025. (Foto: Xinhua)