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Avanços de IA aprimora base de manufatura avançada da China

Fonte: Diário do Povo Online    07.11.2025 09h28

Linha de produção da Segunda Base de Manufatura Avançada da NIO em Hefei, província de Anhui, leste da China, em 1º de julho de 2025. (Zhou Mu/Xinhua)

No interior de uma fábrica inteligente no leste da China, uma nova geração de robôs de soldagem com inteligência artificial sai da linha de montagem a uma taxa de 1.000 unidades por ano, combinando precisão com inteligência.

Esses robôs estão ajudando a preencher a lacuna causada pela escassez de soldadores humanos, garantindo que o maior setor manufatureiro do mundo continue seu legado.

Diante de uma escassez nacional de soldadores de quase 3,5 milhões, analistas do setor projetam um mercado potencial de 1,4 milhão de robôs de soldagem inteligentes na China, com base em uma taxa de substituição de 2,5 trabalhadores por robô.

"Nosso foco na integração do chão de fábrica depende do domínio da soldagem para fornecer robótica especializada", disse Wang Dezhao, CEO da 3S Robotics, uma startup de IA com sede em Shanghai.

Enquanto isso, uma empresa de tecnologia de Beijing lançou um modelo de IA para soldagem que permite a tomada de decisões robóticas em todo o processo, reduzindo o tempo de soldagem em aproximadamente 60%.

"Isso permite que os robôs de soldagem imitem o julgamento especializado humano, tornando-os notavelmente inteligentes", disse Han Tengyue, da Botsing Technology.

Esses esforços fazem parte da iniciativa mais ampla da China de infundir inteligência em sua base industrial. O país pretende construir um sistema industrial moderno nos próximos cinco anos, com a manufatura avançada como sua pedra angular.

Como líder mundial em manufatura por 15 anos consecutivos, a China tem assistido a um aumento significativo na automação. O país agora responde por mais de 50% da base instalada global de robôs industriais, e sua densidade de robôs de manufatura atingiu 470 unidades por 10.000 trabalhadores.

Esse progresso gerou uma vasta quantidade de dados de alta qualidade e específicos do setor, criando condições ideais para a integração da IA.

A China estabeleceu mais de 35.000 fábricas inteligentes de nível básico e mais de 230 fábricas inteligentes avançadas. "Essas fábricas já demonstram um certo nível de prontidão para 'IA+'", disse Zhong Xinlong, pesquisador da CCID Consulting, vinculada ao Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China.

"As fábricas inteligentes avançadas, em particular, alcançaram ganhos notáveis: com ciclos de P&D de produtos reduzidos em 28,4%, produtividade aumentada em 22,3% e emissões de carbono reduzidas em 20,4% em média", acrescentou Zhong.

A expansão das indústrias líderes recentemente desenvolvidas na China — incluindo baterias, veículos elétricos e energia renovável — está abrindo caminho para a adoção generalizada de robôs industriais.

Implantada em linhas de produção automotiva, uma máquina de inspeção com IA de um fabricante em Shenzhen, no sul da China, utiliza tecnolgias de aprendizado profundo e grandes modelos para detectar simultaneamente mais de 70 tipos de defeitos, aumentando, assim, a eficiência da inspeção de qualidade em mais de 85%. "Tendo colaborado com quase 300 fabricantes, nossa empresa está comprometida em apoiar a transformação inteligente de mais de 1.000 empresas", disse Jia Jiaya, fundador da SmartMore, empresa que projetou a máquina.

Um sistema inteligente baseado em modelos de IA aumentou a receita em quase 21% para a Envision Energy, uma importante fabricante chinesa de turbinas eólicas. Instalado diretamente em suas turbinas, o sistema fornece previsões meteorológicas hiperlocais com precisão inferior a 20 metros e permite manutenção preditiva inteligente.

"Essa tecnologia antecipa o tempo de previsão de falhas em mais de dois meses", disse Huang Hu, vice-presidente da Envision Energy.

Em agosto, as autoridades chinesas divulgaram uma diretriz para aprofundar a iniciativa "IA Plus", que delineia um roteiro para a integração profunda da IA com a economia real. Esta política estabelece a meta de atingir uma taxa de penetração superior a 70% para aplicações de nova geração, como terminais inteligentes e agentes de IA, até 2027.

A iniciativa visa orquestrar todos os elementos industriais de forma inteligente e integrar a IA perfeitamente às etapas operacionais, abrangendo design, testes piloto, produção, serviço e gestão.

Como especialista em estratégia de IA, Zhong observou que os Estados Unidos, ao apostarem tudo na IA, estão estrategicamente focados em alavancar seu formidável poder computacional para consolidar sua supremacia tecnológica.

Em contraste, a abordagem chinesa, que prioriza a aplicação, aproveita suas vantagens únicas: um "sistema industrial completo" que gera vastos volumes de dados, um "mercado massivo e unificado" que proporciona escala e uma estratégia nacional que prioriza novas forças produtivas de qualidade e a economia real, explicou Zhong.

"A abordagem da China está alinhada com suas vantagens comparativas — uma base industrial robusta e vastos cenários de aplicação — bem como com seus objetivos estratégicos de desenvolvimento de alta qualidade e prosperidade comum, refletindo uma visão mais inclusiva e sustentável", disse Zhong à Xinhua.

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