Sem o Acordo de Paris, o planeta estaria caminhando para um aquecimento incontrolável de até 5 graus Celsius, alertou o secretário executivo da ONU para Mudanças Climáticas, Simon Stiell, na última sexta-feira, ao destacar o 10º aniversário do histórico documento ambiental.

"Há dez anos, em Paris, demos um grande passo adiante. Sem esse ato de coragem coletiva, ainda estaríamos caminhando para um futuro impossível de aquecimento descontrolado, de até 5 graus", disse Stiell durante a Cúpula de Líderes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece na capital do estado do Pará, no norte do Brasil.

O décimo aniversário do acordo na capital francesa foi comemorado pelos participantes da COP30 como um ponto de virada para os acordos climáticos. Segundo Stiell, a curva se estabilizou abaixo de 3 graus e, "embora ainda perigosa, demonstra que a cooperação climática funciona".

O representante da ONU enfatizou que "a revolução da energia limpa está em plena expansão", embora tenha alertado que é necessário "garantir que todos os países possam participar plenamente".

Stiell destacou que "os planos climáticos e o financiamento climático são a faísca que pode acelerar a ação, impulsionando o crescimento verde e a resiliência para todas as nações".

Segundo o secretário executivo da ONU para Mudanças Climáticas, as análises mais recentes mostram "progresso não apenas no achatamento da curva de emissões, mas também em planos mais críveis para toda a economia, com vínculos mais fortes com adaptação, transições justas e igualdade de gênero".

Stiell parabenizou os países que já apresentaram suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e instou aqueles que ainda não o fizeram a fazê-lo "agora". Mas esclareceu que "planos sem financiamento não podem atingir seu potencial máximo", porque "o financiamento é o grande acelerador".

"O Acordo de Paris mostrou que a cooperação global está funcionando para alcançar progresso, mas ainda não com a rapidez necessária. Dez anos depois, devemos demonstrar isso novamente, fazendo com que essa estrutura extraordinária funcione de forma mais rápida e justa, para todos, em todos os lugares", afirmou.