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Secretário-geral da ONU pede aceleração da transição energética na COP30

Fonte: Xinhua    10.11.2025 08h35

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu na última sexta-feira a aceleração da transição energética e o apoio aos países menos desenvolvidos nesse processo, para que se preparem para as catástrofes causadas pelas mudanças climáticas.

"O cenário energético global está mudando em ritmo acelerado. No ano passado, 90% da nova capacidade de geração de energia veio de fontes renováveis", disse Guterres durante a Mesa Redonda sobre Transição Energética na Cúpula de Líderes da 30ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada na cidade amazônica de Belém, capital do estado do Pará, no norte do Brasil.

O secretário-geral da ONU destacou que as energias renováveis são atualmente "a fonte mais barata de nova eletricidade em quase todos os países" e que estão "impulsionando a prosperidade e empoderando comunidades que por muito tempo estiveram no escuro".

Guterres enfatizou ainda que "cada dólar investido em energia renovável cria três vezes mais empregos do que um dólar investido em combustíveis fósseis, e os empregos em energia limpa já superam em número os do setor de combustíveis fósseis em todo o mundo".

"No entanto, precisamos avançar muito mais rápido e garantir que todas as nações compartilhem os benefícios", ressaltou.

Guterres lembrou que, na COP28, os países concordaram em "avançar na transição para longe dos combustíveis fósseis de maneira justa, ordenada e equitativa, bem como triplicar a capacidade de energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030". "O objetivo é claro: agora precisamos eliminar a lacuna de implementação. Mesmo que os novos compromissos nacionais fossem totalmente implementados, o mundo ainda está a caminho de um aquecimento que claramente ultrapassará os 2 graus. Isso significa mais inundações, mais calor, mais sofrimento, em todos os lugares", alertou.

Segundo o secretário-geral, os cientistas concordam que "ultrapassar o limite de 1,5 grau é agora inevitável, começando, no máximo, no início da década de 2030". No entanto, enfatizou que "a magnitude e a duração desse excesso dependerão da velocidade e da escala de nossas ações hoje".

Guterres insistiu que, para manter o aquecimento global abaixo de 1,5 grau até o final do século, "as emissões globais devem cair quase pela metade até 2030, atingir a neutralidade de carbono até 2050 e se tornar negativas a partir de então".

Entre as medidas prioritárias, Guterres defendeu "o alinhamento de leis, políticas e incentivos com uma transição energética justa" e "a eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis que distorcem os mercados e nos prendem ao passado".

Ele também pediu investimentos urgentes em redes elétricas, armazenamento e eficiência energética, alertando que "a energia renovável está crescendo fortemente e a infraestrutura precisa acompanhar esse ritmo - e rapidamente". Nesse sentido, acrescentou que é essencial "atender a toda a nova demanda de eletricidade com energia limpa, incluindo a proveniente de centros de dados que impulsionam a revolução da inteligência artificial".

Guterres apelou à comunidade internacional para que liberte recursos financeiros para os países em desenvolvimento: "A África recebe apenas 2% do investimento global em energia limpa. Precisamos de cooperação internacional para eliminar barreiras, reduzir o custo do capital e atrair investimento privado."

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