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Ministra do Meio Ambiente do Brasil destaca necessidade de financiamento para a transição climática

Fonte: Xinhua    07.07.2025 14h23

A ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, destacou neste domingo a necessidade de financiamento para a transição climática e pediu maior comprometimento dos países desenvolvidos para auxiliar os mais vulneráveis. As declarações foram feitas em preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro em Belém do Pará.

No Rio de Janeiro, antes de sua participação na Cúpula de Líderes do BRICS, ela comentou que as questões ambientais desempenharam um papel importante no processo de negociação.

"Durante a presidência brasileira do BRICS, questões relacionadas ao meio ambiente, desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas foram a tônica. Em nossa reunião de ministros do Meio Ambiente no Brasil, por exemplo, discutimos questões como a degradação de terras áridas, comum a vários de nossos países. A outra questão foi a valorização dos serviços ecossistêmicos", explicou.

"Um dos pontos da agenda climática são os meios de implementação. Temos muitas decisões que foram tomadas ao longo dos anos, como o Acordo de Paris, que já completa dez anos. A falta de financiamento nos montantes necessários e de consistência é um dos problemas. O outro é a transferência de tecnologia para ajudar os países em desenvolvimento a fazerem suas transições", afirmou.

Como exemplo, a ministra observou que há uma ação em andamento envolvendo seis países em desenvolvimento e seis países desenvolvidos para garantir financiamento, tanto em quantidade quanto em consistência, para o pagamento por serviços ecossistêmicos.

"As florestas terrestres são essenciais para o equilíbrio do planeta, e esta iniciativa contribuirá para a conservação das florestas, bem como de seus povos indígenas e comunidades locais, que são os guardiões dessas áreas em todo o mundo", afirmou.

Segundo Marina Silva, o mundo vive um momento de muitas contradições, mas "o crucial é que estejamos dispostos a superá-las".

"Em Dubai, nos comprometemos a abandonar os combustíveis fósseis, com os países ricos liderando essa mudança, seguidos pelos países em desenvolvimento. Ressaltei que é essencial ter algum tipo de roteiro para essa transição. A pior maneira de enfrentar uma situação adversa - e isso é adverso para todos - é não se planejar", observou.

"Portanto, ficou muito bem estabelecido que deve ser uma transição justa e planejada, e esse esforço deve ser realizado. Contradições existem em todo o mundo, não apenas no Brasil, mas o importante é como lidamos com essas contradições", acrescentou. A ministra enfatizou que o Brasil é um país onde a agricultura desempenha um papel significativo na balança comercial, mas já assumiu o compromisso de atingir o desmatamento zero até 2030.

"De fato, já conseguimos reduzir o desmatamento em 46% na Amazônia e 32% em todo o país. E o interessante é que, reduzindo o desmatamento nessa proporção, evitamos a emissão de mais de 400 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. Ao mesmo tempo, nossa agricultura cresceu 15% e tivemos um aumento na renda per capita de mais de 11%", destacou. "Além disso, o Brasil conseguiu abrir mais de 300 novos mercados para sua agricultura", acrescentou

"As mudanças climáticas podem ser enfrentadas, desde que planejemos com antecedência. Fizemos isso quando criamos a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Também fizemos isso durante o primeiro governo do presidente Lula, quando desenvolvemos o plano de prevenção e controle do desmatamento na Amazônia, que agora abrange todos os biomas", enfatizou a ministra.

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