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Vendas no varejo da China registram expansão acelerada no primeiro trimestre com estímulo ao consumo

Fonte: Xinhua    17.04.2025 08h24

As vendas no varejo de bens de consumo da China, um dos principais indicadores da força do consumo no país, cresceram 4,6% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionadas pelas políticas governamentais pró-consumo, mostraram dados oficiais divulgados nesta quarta-feira.

Segundo o Departamento Nacional de Estatísticas (DNE), o ritmo de expansão das vendas varejistas no primeiro trimestre superou em 1,1 ponto percentual o registrado em 2024. No total, as vendas no varejo de bens de consumo somaram 12,47 trilhões de yuans (US$ 1,73 trilhão) no período entre janeiro e março.

Somente em março, as vendas varejistas de bens de consumo subiram 5,9% em relação ao mesmo período do ano passado, uma aceleração em relação ao crescimento de 4% registrado nos dois primeiros meses do ano, de acordo com a entidade.

As vendas online no varejo da China aumentaram 7,9% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, mantendo um crescimento relativamente acelerado. Impulsionadas pelo programa governamental de substituição de bens de consumo, as vendas de dispositivos de comunicação saltaram 26,9%, enquanto as de eletrodomésticos e equipamentos de áudio cresceram 19,3%.

A China posicionou o aumento dos gastos e a expansão da demanda interna como prioridade na agenda econômica deste ano. No mês passado, o país lançou um pacote abrangente de políticas pró-consumo, visando fortalecer a confiança de consumidores por meio de medidas como a promoção do aumento de renda e a redução de encargos financeiros.

Como parte dos esforços mais amplos para estimular a demanda doméstica, a China também renovou em 2025 seu programa de substituição de bens de consumo, aumentando o financiamento de 150 bilhões de yuans no ano passado para 300 bilhões de yuans, por meio da emissão de títulos especiais do tesouro de prazo ultralongo, e estendendo subsídios para mais aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos, como smartphones, tablets e smartwatches.

"Diante do cenário atual, essas políticas estão surtindo efeito e seu impacto se torna cada vez mais evidente", afirmou Sheng Laiyun, vice-diretor do DNE, em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira.

Ele citou dados do Ministério do Comércio que mostram que, até 7 de abril, os consumidores chineses haviam adquirido 35,71 milhões de unidades de eletrodomésticos por meio do programa de substituição e submetido 2,085 milhões de solicitações para subsídios de substituição de veículos.

Destaca-se ainda que o consumo de serviços expandiu-se ainda mais rápido que o de bens no trimestre, com as vendas no varejo de serviços crescendo 5% em termos anuais.

Sheng ressaltou, em particular, o crescimento de dois dígitos no consumo associados à atualização da estrutura de consumo. Nos primeiros três meses de 2025, os gastos per capita chinês com transporte e comunicação aumentaram 10,4% anualmente e os destinados a educação, cultura e entretenimento cresceram 13,9% em termos anuais.

"O gasto com serviços é um setor chave para sustentar o crescimento do consumo no futuro e apresenta um potencial significativo de crescimento", destacou Sheng.

Os dados divulgados nesta quarta-feira também mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5,4% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2024, a economia chinesa havia registrado alta anual de 5%, e o governo estabeleceu uma meta de crescimento econômico anual de cerca de 5% para 2025.

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