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Marcas africanas de moda brilham na Semana de Moda de Shanghai, mirando mercado chinês

Fonte: Xinhua    07.04.2025 13h27

Com coleções que vão desde técnicas artesanais de tecelagem até tinturas naturais e métodos sustentáveis, 22 marcas de moda africanas fizeram sua estreia na Semana de Moda Outono/Inverno 2025 de Shanghai, marcando a incursão ambiciosa das mesmas nos mercados chinês e asiático enquanto destacam o apelo da crescente "economia de estreia" da China.

Sob o tema "Innovascape", o evento, realizado entre 25 de março e 1º de abril, apresentou cerca de 100 desfiles e reuniu aproximadamente mil marcas nas exposições.

Hannah Ryder, CEO da Development Reimagined, liderou a delegação de 22 marcas africanas de 12 países. "Esta é a primeira vez que designers africanos vêm à China em grupo. Queremos transmitir que as marcas africanas estão prontas para entrar no mercado chinês," disse ela, acrescentando que a Semana de Moda de Shanghai é uma chance não só de exibir cultura africana, mas também de construir parcerias com a indústria da moda da China e até da moda da Ásia inteira.

Um dos destaques foi a marca sul-africana Molebatsi, que apresentou um conjunto audacioso: um casaco com botões de inspiração chinesa, gola dupla e punhos reinterpretados a partir do Hanfu (vestuário tradicional chinês), adornados com padrões geométricos africanos e tecidos que retratam cenas tribais sul-africanas.

A cofundadora da marca, Jessica Jane, é uma designer da África do Sul. Em 2023, ela viajou à China para participar da Exposição Econômica e Comercial China-África e, posteriormente, visitou Beijing.

"Fiquei fascinada pela história e tradição chinesas. Após a viagem, comecei a imaginar como unir elementos do Hanfu e das saias horse-faced à estética africana", relembrou Jane. Seu marido e parceiro de negócios, Wandile Molebatsi, enfatizou: "Há oportunidades incríveis de colaboração entre África e China. É emocionante ver como podemos crescer aqui".

"Ver designers africanos em um evento tão influente é um passo crucial para uma indústria da moda mais inclusiva. Com colaboração e acesso ao mercado, as marcas africanas podem se tornar protagonistas, não apenas um nicho", manifestou Phuti Tsipa, cônsul-geral da África do Sul em Shanghai.

O interesse internacional ficou evidente com a presença de Raphael Deray, comprador da famosa loja de departamentos francesa Printemps, que foi à feira diretamente do aeroporto. "A China é um mercado enorme para a moda. Tenho grandes expectativas de encontrar talentos aqui", declarou.

O conceito de "economia de estreia", que abrange lançamentos de produtos, inaugurações de flagships, novos serviços e modelos de negócios, tem impulsionado o consumo na China e oferecendo garantia de serviços para marcas domésticas e exteriores.

"É uma medida-chave para expandir a demanda interna. Shanghai está aprimorando políticas de apoio, como facilitação aduaneira e incentivos financeiros, para atrair lançamentos globais", apontou Liu Min, vice-diretora da Comissão Municipal de Comércio de Shanghai.

"Esperamos que mais marcas estabeleçam presença duradoura aqui, começando com uma estreia, depois abrindo flagships e, por fim, sedes globais", acrescentou ela.

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