"Portugal continua a ser um parceiro de confiança e de referência no panorama do investimento chinês no mundo", afirmou o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Ricardo Arroja, expressando a disposição de fortalecer a presença portuguesa no mercado chinês.
O presidente da AICEP está liderando uma missão à China, de 23 a 29 de março, visando impulsionar investimento e fomentar parceria comercial bilateral. Com reuniões com altos executivos, representantes governamentais e potenciais investidores, a agência procura explorar oportunidades em setores inovadores e estratégicos, como o setor automóvel, a mobilidade elétrica e a energia.
"A China é um importante parceiro na capacitação industrial de Portugal no setor das novas energias", apontou Arroja em uma entrevista à Agência Lusa em Beijing, ressaltando os avanços tecnológicos do país asiático. Ele expressou esperança de alargar a presença do investimento chinês em Portugal no domínio industrial, "porque há muitos destes setores onde a inovação faz-se cada vez mais a partir daqui," explicou.
Depois de visitar a sede da Goldwind, um líder mundial na fabricação de turbinas eólicas, o responsável revelou ainda que Portugal quer atrair investimento chinês para a construção de parques eólicos offshore (em alto-mar). Há uma "conciliação de interesses" entre os recursos humanos de "grande valia" portugueses, a capacidade de Portugal de servir como plataforma global e as capacidades da China, apontou Arroja.
Nos últimos anos, Portugal tornou-se um dos destinos europeus favoritos das empresas chinesas para investimento. Segundo dados do Banco de Portugal, até o final de 2024, o estoque de Investimento Direto Estrangeiro da China em Portugal atingido um valor acumulado superior a 12 mil milhões de euros.
Em fevereiro deste ano, a China Aviation Lithium Battery (CALB), uma das maiores fornecedoras mundiais de baterias para carros elétricos, confirmou um investimento de 2 mil milhões de euros numa fábrica de baterias de lítio em Sines, Portugal. Espera-se que a fábrica entrará em operação em 2027, gerando cerca de 1.800 empregos, e contribuirá com 4% do produto interno bruto (PIB) de Portugal.
A AICEP indicou o projeto como um bom exemplo da importância que a cooperação econômica Portugal-China representa para o país em um comunicado. "É um investimento de grande envergadura, que realmente vai permitir a Portugal ter um eixo fundamental para desenvolver a indústria de veículos elétricos", afirmou o presidente da agência.
Para além desta missão à China, a AICEP informou que tem programado outras iniciativas ao longo do ano para estreitar os laços econômicos e de investimento China-Portugal.