Empresas estrangeiras mantêm-se firmes na expansão da sua presença no mercado chinês, motivadas pela vitalidade econômica do país asiático e um ambiente de negócios cada vez mais aprimorado, o que reforça a confiança das mesmas, segundo um artigo publicado pelo jornal China Daily, que cita executivos empresariais.
Apesar das crescentes tensões geopolíticas e do crescimento de protecionismo, os executivos afirmaram que as eficientes cadeias industriais e de suprimentos da China, juntamente com seu ecossistema de inovação em evolução, fornecem uma base sólida para que as empresas multinacionais invistam e cresçam nos próximos anos, conforme o artigo.
A China planeja ampliar de maneira mais adequada e regulada a abertura de setores relacionados à internet, cultura e outros, além de expandir programas piloto para indústrias abertas, incluindo telecomunicações, serviços de saúde e educação, de acordo com o relatório de trabalho do governo apresentado na quarta-feira para deliberação na Assembleia Popular Nacional (APN), a legislatura nacional do país.
O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, que apresentou o relatório durante a sessão de abertura da terceira sessão da 14ª APN, em Beijing, prometeu que o país vai incentivar os investidores estrangeiros a aumentarem seus investimentos na China e a apoiarem sua cooperação com empresas a montante e a jusante nas cadeias industriais.
Além disso, o país garantirá um tratamento nacional para as empresas com financiamento estrangeiro em áreas como acesso a fatores de produção, solicitação de licenças, estabelecimento de padrões e licitações públicas, destacou Li.
O presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China, Jens Eskelund, afirmou que os membros dessa entidade acreditam que a plena implementação das recentes medidas para otimizar o ambiente de negócios é a melhor forma de fortalecer a confiança no mercado chinês.
Por isso, as "duas sessões" deste ano representam uma oportunidade para que a liderança chinesa comunique expectativas claras às autoridades locais, por meio de um cronograma de implementação do Plano de Ação 2025 para Estabilizar o Investimento Estrangeiro, disse Eskelund.
A China divulgou o plano de ação em fevereiro, com o objetivo de estabilizar o investimento estrangeiro neste ano. Como parte dele, apoiará regiões piloto na implementação de políticas de abertura relacionadas a áreas como telecomunicações, biotecnologia e hospitais de propriedade estrangeira.
Otimista em relação ao mercado do país, Gong Anming, vice-presidente executivo da Elekta, fabricante sueca de equipamentos médicos, afirmou que a evolução do ambiente de negócios na China fortaleceu a confiança das empresas estrangeiras para realizarem investimentos de longo prazo no país.
Com instalações de pesquisa e fabricação em várias cidades, incluindo Beijing e Shanghai, Gong, que também é presidente da Elekta na China, indicou que sua empresa fortalecerá o apoio à produção localizada, à inovação e à formação de profissionais em radioterapia, a fim de construir um ecossistema robusto de radioterapia.
"Enquanto criamos soluções personalizadas para os pacientes e hospitais chineses, compartilhamos proativamente as inovações originárias da China com o mundo", acrescentou.
Esforçando-se para alcançar uma maior expansão no mercado chinês, o grupo alemão de bens industriais e de consumo Henkel anunciou nesta terça-feira a conclusão da aquisição da Suzhou Boke Biotechnology Co. Ltd., fabricante de produtos de cuidados pessoais com sede em Suzhou, na Província de Jiangsu.
Frank Labahn, diretor de operações de produção e cadeia de suprimentos da Henkel Consumer Brands Asia, destacou que a aquisição representa uma decisão estratégica para reforçar o compromisso da empresa com a China e fortalecer ainda mais as capacidades de sua cadeia de suprimentos.
"A China é um pilar fundamental em nossa estrutura manufatureira, e esse investimento nos permite ampliar a produção local", afirmou Labahn.
Esta aquisição deve impulsionar o crescimento contínuo do negócio de bens de consumo da Henkel na China, permitindo que a empresa responda com mais agilidade e eficiência à demanda do mercado, adicionou.
A China atraiu 97,59 bilhões de yuans (US$ 13,44 bilhões) em investimento estrangeiro direto em janeiro, marcando um aumento de 27,5% ante o mês anterior, de acordo com o Ministério do Comércio.
