A China anunciou no sábado que imporá tarifas adicionais sobre alguns produtos importados do Canadá com base na decisão de uma investigação antidiscriminação.
A partir de 20 de março, uma tarifa adicional de 100% será imposta sobre a importação de óleo de colza, tortas de óleo e ervilhas originários do Canadá, enquanto produtos aquáticos e carne de porco estarão sujeitos a uma tarifa adicional de 25%.
A decisão foi tomada após a primeira investigação antidiscriminação da China sobre países estrangeiros e regiões, que descobriu que as medidas restritivas do Canadá sobre certos produtos chineses constituíram restrições discriminatórias que perturbam a ordem comercial normal e prejudicam os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas.
No ano passado, o Canadá anunciou aumentos de tarifas sobre veículos elétricos (EVs) e produtos de aço e alumínio importados da China, levando o lado chinês a iniciar uma investigação antidiscriminação em setembro.
Criticando as medidas restritivas do Canadá, a China expressou forte insatisfação e oposição resoluta, afirmando que tais medidas desconsideram os fatos e as regras da Organização Mundial do Comércio, prejudicam os laços econômicos e comerciais bilaterais e exemplificam o protecionismo.
"O uso de novas ferramentas de investigação pela China demonstra a determinação do país em tomar todas as medidas necessárias para salvaguardar os interesses nacionais, bem como os direitos e interesses legítimos das indústrias", disse Zhou Xiaoyan, vice-presidente executiva e secretária-geral do Conselho Chinês para Promoção de Investimentos Internacionais, no sábado.
Zhou enfatizou ainda que a medida antidiscriminação é legalmente justificada pela lei nacional e alinhada com os princípios jurídicos internacionais.
Em contraste com a decisão do Canadá de impor tarifas adicionais sobre certas importações da China sem investigação, o Ministério do Comércio da China chegou à sua conclusão após uma investigação completa baseada em extensos materiais, dados e respostas de várias partes interessadas de ambos os lados, observou Zhou.
Após o anúncio de sábado, órgãos industriais chineses relevantes expressaram firme apoio à decisão, chamando-a de uma medida legítima para salvaguardar o desenvolvimento da indústria.
Os EVs da China são bem recebidos pelos consumidores em todo o mundo, inclusive no Canadá, e fizeram contribuições significativas para os esforços globais no combate às mudanças climáticas e no avanço da transformação verde, disse a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis.
O comércio e a cooperação entre as indústrias de alumínio da China e do Canadá são impulsionados pelas necessidades das empresas ao longo das cadeias industriais de ambos os países, baseados inteiramente em princípios de práticas justas de mercado, de acordo com a Associação da Indústria de Metais Não Ferrosos da China.
A Câmara de Comércio da China para Importação e Exportação de Máquinas e Produtos Eletrônicos pediu ao lado canadense que mantenha a independência da política comercial e forneça um ambiente pragmático, justo, não discriminatório e previsível para que as empresas de ambos os países se envolvam em comércio e cooperação normais.
"Pedimos ao Canadá que corrija seus erros imediatamente, suspenda as medidas restritivas e elimine seus efeitos adversos", disse um porta-voz do Ministério do Comércio da China.
