"Estudar as artes marciais permite entender a cultura tradicional chinesa", Rogério Fernandes de Macedo

Fonte: Diário do Povo Online    03.03.2025 09h49

Song Yiran, Diário do Povo

"As artes marciais abriram uma janela para que eu entendesse melhor a China". O diretor da Associação de Artes Marciais Sun Bin do Brasil, Rogério Fernandes de Macedo, lembra-se de que os movimentos fluidos das artes marciais e o espírito de justiça dos heróis do kung fu despertaram sua admiração quando ainda era jovem, ao ponto de adotar o nome chinês Huo Xinwu, cujos carateres que o compõem estão repletos de conotações marciais.

Desde sua adolescência, quando começou a estudar artes marciais chinesas por interesse e entrou em contato com a cultura chinesa, até escolher o estudo comparativo da sinologia como tema principal de sua pesquisa de doutorado, Rogério Macedo tem se dedicado a contribuir para a amizade entre o Brasil e a China.

Em 2018, fez um intercâmbio de curto prazo na Universidade Jiaotong de Beijing, o que lhe permitiu aprimorar seu nível de mandarim e aprofundar sua compreensão sobre a cultura chinesa. Após regressar ao Brasil, continuou a promover a cultura chinesa localmente, ensinando chinês e também artes marciais chinesas.

"As artes marciais não são apenas um esporte, mas também um dos veículos da excelente cultura tradicional chinesa. Estudar artes marciais permite uma compreensão mais direta da cultura tradicional chinesa". Macedo acredita que, apesar do processo de modernização, a China conseguiu preservar a essência de sua cultura tradicional. Em suas aulas, ele frequentemente integra discussões sobre a cultura chinesa e obras clássicas, compartilhando os valores da filosofia clássica chinesa com os alunos, ajudando-os a entender melhor a história e a cultura da China.

No ano passado, Rogério Macedo participou da elaboração da coletânea de comemoração "Brasil e China: 50 anos de Relações Diplomáticas", como uma homenagem à amizade de meio século entre os dois países. Ele afirmou que o intercâmbio cultural é um meio importante para aprofundar a amizade e a cooperação bilateral.

Com o desenvolvimento da China, cada vez mais brasileiros estão se interessando pela cultura chinesa. "O intercâmbio cultural aproximou os povos brasileiro e chinês, e o entendimento mútuo e a confiança recíproca se tornarão uma base sólida para a cooperação futura entre os dois países. Espero que mais brasileiros possam se aproximar da China por meio do intercâmbio e cooperação cultural", afirmou.

"Recentemente, participei da segunda Conferência Mundial de Sinologia, em Fujian. Foi muito emocionante poder trocar ideias com colegas de todo o mundo sobre estudos sinológicos", comentou. O entrevistado também ressaltou que o processo de modernização da China criou diversas oportunidades de desenvolvimento para países do Sul Global, como o Brasil, atraindo especialistas e acadêmicos de diferentes culturas para se dedicarem ao estudo da sinologia. No futuro, Rogério Macedo espera contribuir para o fortalecimento do intercâmbio e da cooperação cultural entre a China e o Brasil, traduzindo mais clássicos e obras literárias chinesas.

(Web editor: Renato Lu, 符园园)
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