Especialistas identificam vasto potencial de cooperação em áreas de setores digitais e verdes
Base logística da estação ferroviária norte de Hefei, na província de Anhui, no leste da China. Um total de 380 trens de carga China-Europa partiram de Hefei entre janeiro e julho deste ano, marcando um aumento de 3% em relação ao ano anterior.
A UE continuou sendo o segundo maior parceiro comercial da China nos primeiros sete meses do ano, com o comércio bilateral revertendo uma tendência de queda e crescendo 0,4% em termos anuais, ressaltando a resiliência e a complementaridade das duas economias, segundo dados da alfândega chinesa na quarta-feira.
O comércio bilateral total atingiu 3,22 trilhões de yuans (US$ 448,39 bilhões) em termos denominados em yuans entre janeiro e julho - um aumento de 0,4% em uma base anual, de acordo com a Administração Geral das Alfândegas. No primeiro semestre, o comércio bilateral caiu 0,7% em termos homólogos.
"A China e a UE registraram ainda um ligeiro crescimento no comércio bilateral, apesar de um ambiente de comércio internacional lento. Isso indica que há complementaridades diversas no comércio China-UE", disse Sun Yanhong, pesquisador sênior do Instituto de Estudos Europeus da Academia Chinesa de Ciências Sociais, ao Global Times na quarta-feira.
Com sua economia afetada negativamente por vários fatores, incluindo a pandemia e o conflito Rússia-Ucrânia, a UE recorre cada vez mais ao protecionismo e à interferência política para proteger sua economia. As trocas econômicas e comerciais China-UE, todavia, permanecem normais, disse Sun.
Há um vasto espaço para cooperação em campos como as economias digital e verde, e áreas onde a UE e a China são fortemente complementares, observou Sun.
A UE adotou medidas protecionistas nos últimos meses visando empresas chinesas.
Recentemente, o bloco introduziu tarifas adicionais provisórias de até 37,6% sobre veículos elétricos (VEs) chineses.
Apesar dos crescentes atritos comerciais, ambos os lados precisam garantir a cooperação por meio de negociações, disse Sun, observando que há espaço para consultas sobre a investigação anti-subsídios da UE sobre VEs chineses.
Zhang Jian, vice-presidente do Instituto Chinês de Relações Internacionais Contemporâneas, disse ao Global Times na quarta-feira que a cooperação entre a China e a UE ajudará a aumentar sua competitividade global, e que os dois lados podem fazer maiores contribuições para suas próprias economias e para o mundo como um todo, usando suas respectivas vantagens nas economias verde e digital.
Em maio, o volume total de partidas de trens de carga China-Europa e China-Ásia Central atingiu 2.733, uma nova alta mensal, com o volume de transporte de carga também aumentando ano a ano, de acordo com dados oficiais, pois eles estabeleceram uma linha de vida segura e eficiente para as cadeias industriais e de suprimentos globais, enquanto a política de isenção de visto da China para vários países europeus facilita ainda mais as trocas de pessoal e comércio.
"É do interesse da China e da UE lidar adequadamente com as diferenças por meio do diálogo e da consulta, com base no respeito mútuo", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, em uma entrevista coletiva em 29 de julho, enfatizando que a cooperação comercial e econômica China-UE é mutuamente benéfica por natureza.