A sonda Chang'e 6, acoplada num foguete transportador Longa Marcha 5, é transportada para o Centro de Lançamentos de Wenchang, província de Hainan.

A Chang'e 6, a próxima nave da China a rumar à Lua, deverá iniciar sua jornada nos próximos dias, com a tarefa de trazer amostras do lado oculto da Lua, segundo a Administração Espacial Nacional da China.

Um foguete transportador Longa Marcha 5, juntamente com a sonda Chang'e 6, de 8,2 toneladas, foram transferidos na manhã de sábado para a torre de lançamentos, no Centro de Lançamentos Espaciais de Wenchang, na província de Hainan, segundo um comunicado do governo, acrescentando que o lançamento ocorrerá no início do próximo mês.

A Chang'e 6 foi transportada para o centro de lançamentos em janeiro, enquanto o foguete Longa Marcha 5 chegou em março.

Nos próximos dias, os engenheiros realizarão exames os funcionais finais nos equipamentos.

Se tudo correr conforme o planejado, depois de entrar em sua trajetória rumo à lua, a Chang'e 6 fará várias manobras de voo antes de pousar na Bacia do Polo Sul-Aitken, no lado oculto da Lua.

Tal como a Chang'e 5, sua antecessora, a Chang'e 6 é um produto da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial em Beijing e consiste também em quatro componentes: um orbitador, um módulo de aterragem, um ascendente e um módulo de reentrada.

Depois de recolher poeira e rochas na Lua, o ascensor transportará as amostras para o orbitador lunar， para serem transferidas para o módulo de reentrada, que as levará de volta à Terra.

Entretanto, os instrumentos científicos do módulo de aterragem continuarão a realizar suas operações enquanto tiverem energia suficiente.

Os Estados Unidos, a antiga União Soviética e a China devolveram amostras lunares à Terra, mas nenhum deles jamais obteve amostras do solo do lado oculto da Lua. Embora tenha já sido fotografado por uma nave espacial, nenhuma sonda havia pousado ali até janeiro de 2019, quando a missão chinesa Chang'e 4 pousou na Bacia do Polo Sul-Aitken.

A missão lunar mais recente da China, Chang'e 5, ocorreu no final de 2020 e durou 23 dias. Foi a primeira missão de retorno de amostras lunares do país e um dos seus empreendimentos espaciais mais sofisticados e desafiantes.

A missão histórica obteve 1.731 gramas de rochas e solo, tornando-se o primeiro programa de exploração lunar a trazer amostras da Lua desde a era Apollo, no final dos anos 1960 e início dos anos 1970.