Português>>Opinião

Reforçar o papel de Macau como elo de ligação, promover a cooperação global entre a China e a lusofonia

Fonte: Diário do Povo Online    25.04.2024 13h40

Liu Xianfa

A VI Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) teve lugar na RAEM, nos dias 21 a 23 de Abril de 2024. Nos últimos 20 anos desde a criação do Fórum, o nível de intercâmbio e cooperação entre a China e os nove países de língua portuguesa em vários domínios continuou a melhorar, estabelecendo vantagens significativas em domínios diversos.

A confiança política mútua foi consolidada e aprofundada. Atualmente, as relações entre a China e a lusofonia atravessam o melhor período da história. Desde o ano passado, o presidente Xi Jinping manteve conversações e reuniões com líderes dos países de língua portuguesa, incluindo o presidente brasileiro Lula da Silva, o presidente de Angola João Lourenço, o primeiro-ministro de Timor-Leste Xanana Gusmão, o primeiro-ministro de Moçambique Adriano Maleiane, entre outras individualidades que visitaram a China com vista a discutir e desenvolver relações bilaterais.

Embora a China e a lusofonia tenham sistemas sociais, histórias, culturas e níveis de desenvolvimento distintos, sempre defenderam o espírito do respeito mútuo, igualdade de tratamento e cooperação vantajosa para todas as partes, apoiaram-se mutuamente em questões relevantes, geriram adequadamente as diferenças e demonstram empenho em construir parcerias de estabilidade a longo prazo.

Face à intensificação da turbulência e das mudanças no mundo, a China e os países de língua portuguesa apoiaram firmemente a paz e o desenvolvimento, salvaguardaram a equidade e a justiça internacionais, e uniram esforços em áreas relacionadas com os interesses comuns de toda a humanidade, tais como alterações climáticas, saúde pública e prevenção e mitigação de desastres.

Nos últimos anos, as duas partes criaram em Macau o Centro de Intercâmbio de Prevenção Epidemiológica China-Países de Língua Portuguesa, com vista a trabalharem em conjunto em prol da melhoria do sistema global de governança da saúde. No mesmo sentido, a China ajudou os países de língua portuguesa a construir várias estações de observação meteorológica marinha e outras instalações para antecipar catástrofes e alterações climáticas.

A cooperação econômica e comercial produziu resultados frutíferos. A construção conjunta da iniciativa Cinturão e Rota tem desempenhado um importante papel de liderança na cooperação econômica e comercial entre a China e a lusofonia.

Ambas as partes aderiram ao princípio de ampla consulta, contribuição conjunta e benefícios compartilhados, promovem conjuntamente a liberalização e facilitação do comércio e do investimento, e incentivam a conectividade de infraestruturas e a cooperação em matéria de capacidade de produção na agricultura, proteção ambiental, transporte, comunicações, finanças, entre outros campos de atuação.

As medidas relevantes para promover a cooperação entre a China e a lusofonia anunciadas pela China na quinta reunião ministerial do Fórum de Macau foram integralmente implementadas.

Em 2023, o valor total das importações e exportações entre as duas partes foi de 220,9 bilhões de dólares - um aumento de quase 90 mil milhões de dólares face a 2013. O Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Lusofonia, criado em 2013, aprovou a implementação de 10 projetos com um investimento total avaliado em 470 milhões de dólares, levando as empresas chinesas a investir mais de 5 mil milhões de dólares nos países de língua portuguesa.

Estes projetos abrangem áreas-chave como infraestruturas, agricultura, finanças e cooperação em capacidade de produção. Projetos como o Terminal de Contêineres de Paranaguá no Brasil, o Parque Agrícola em Moçambique e equipamentos de transmissão e distribuição de energia e abastecimento de água em Angola foram concluídos e colocados em utilização, promovendo eficazmente o desenvolvimento económico local e a melhoria dos meios de subsistência das populações.

A aprendizagem mútua entre civilizações alcançou resultados notáveis. Embora a China e os países de língua portuguesa estejam distantes, os intercâmbios interpessoais e os intercâmbios civilizacionais começaram desde cedo. Zheng He, o navegador da Dinastia Ming, visitou Timor e o porto da Beira, em Moçambique.

Nos últimos anos, o número de cidadãos chineses que viajam para países de língua portuguesa aumentou rapidamente e os dois lados mantêm intercâmbios educacionais e culturais, sendo prova disso a "febre da língua portuguesa" e a "febre da língua chinesa", que continuam a crescer.

A cooperação entre a China e os países de língua portuguesa nos domínios da cultura, arte, turismo e outros campos tem continuamente aproximado os povos de ambos os lados.

Macau foi o primeiro local de intercâmbio entre as civilizações chinesa e ocidental e é também uma cidade onde as civilizações tradicionais e modernas se misturam.

Este ano assinala-se o 25º aniversário do regresso de Macau à pátria. Hoje, Macau aproveita plenamente as vantagens do sistema "um país, dois sistemas", implementando o importante posicionamento de "um centro, uma plataforma e uma base" atribuído a Macau, e aproveitando o potencial da construção da Grande Área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e o desenvolvimento transfronteiriço da RAEM.

Sendo uma importante ponte para a cooperação entre a China e a lusofonia e anfitrião permanente do Fórum de Macau, Macau dará certamente maiores contribuições para os esforços conjuntos da China e dos países de língua portuguesa para construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade.

(O autor é o Comissário do Gabinete do Comissário do Ministério das Relações Exteriores em Macau)

0 comentários

  • Usuário:
  • Comentar: