A China conseguiu alcançar a produção em massa de isótopos de carbono-14, usando um reator nuclear comercial, segundo declarações da Corporação Nuclear Nacional da China (CNNC) ao Global Times no domingo.
Especialistas observaram que a produção nacional quebrará a dependência de importação de isótopos de carbono-14. Essa quebra terá importância para os setores de agricultura, química e medicina do país, setores que utilizam amplamente esse elemento na deteção da helicobacter pylori e na pesquisa farmacocinética.
O isótopo carbono-14 foi produzido pela Usina Nuclear de Qinshan, na província de Zhejiang, no leste da China, a qual é operada por uma subsidiária da CNNC.
Fan Shen, representante da usina, disse ao Global Times que a demanda anual da China pelo isótopo de carbono-14 usado na deteção da helicobacter pylori é de cerca de 40 Curies. A demanda total com pesquisas científicas é de cerca de 100 Curies.
"A capacidade de produção da usina nuclear de Qinshan pode atender plenamente a atual demanda doméstica, e o produto final do isótopo carbono-14 será fornecido ao mercado até o final de 2024", disse Fan.
O atual fornecimento de isótopos de carbono-14 na China depende fortemente das importações, que podem ser voláteis e dispendiosas, e limitam o desenvolvimento das indústrias a jusante.
"À medida que a produção doméstica em massa de isótopos de carbono-14 for realizada, o custo dos exames médicos relacionados e da pesquisa de alguns novos medicamentos será amplamente reduzido", disse Cheng, professor da Escola de Ciência e Tecnologia Nuclear da Universidade de Ciência e Tecnologia da China, em declarações ao Global Times.
Segundo Cheng, passará a ser mais fácil as pessoas na China rastrearem o câncer gástrico e outras doenças antecipadamente, com custos mais baixos.
Os oito principais departamentos da China emitiram em junho de 2021 o plano de desenvolvimento de médio e longo prazo para isótopos médicos entre 2021 e 2035.
Em 2020, a usina nuclear de Qinshan assumiu o compromisso de construir a maior base de produção de isótopos da China, promovendo o desenvolvimento de indústrias relacionadas, de acordo com a CNNC.
Durante a produção de carbono-14, a Usina Nuclear de Qinshan lançou também a preparação para a produção em massa de outros isótopos, incluindo o lutécio-117 e o ítrio-90, melhorando ainda mais a capacidade de fornecimento de isótopos médicos da China.