Mudanças Climáticas nos últimos 60 anos provocam ondas de calor atuais no hemisfério sul, alerta estudo

Fonte: Xinhua    28.08.2023 09h40

As mudanças climáticas que vem ocorrendo nos últimos 60 anos são responsáveis pelas ondas de calor vividas atualmente no hemisfério sul, apesar de ser inverno, e devem ser mais frequentes e intensas, segundo um estudo divulgado na sexta-feira pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) do Brasil, membro da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Segundo o Inmet, durante os últimos 60 anos, houve uma redução nas precipitações no Brasil e as temperaturas do país aumentaram 1,5ºC.

O estudo apontou também a possibilidade de um aumento da frequência, intensidade e duração desses fenômenos climáticos extremos, como o calor, a seca e as inundações.

Os pesquisadores analisaram as mudanças no clima do Brasil nos últimos 60 anos e, segundo ele, as regiões Nordeste, Norte e parte do Centro-Oeste são as que mais mudaram, especialmente o Nordeste, onde as temperaturas estão 1,5°C mais altas.

As temperaturas matinais também estão subindo. Foi observado um aumento de 2,6°C nas temperaturas medidas pelas estações meteorológicas no Norte e Nordeste, enquanto que nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, os dois mais austrais do país, este aumento é menos pronunciado, sendo que pelo contrário, no sudoeste do Rio Grande do Sul se registrou uma leve queda nas temperaturas (-0,2°C).

O estudo também constatou uma redução das precipitações em todo o Nordeste, destacada pela estação de Cipó (estado da Bahia), onde houve uma redução da precipitação anual acumulada de 685,8 mm, seguida da de Parnaíba (estado do Piauí), com uma redução de 599,5 mm e Aracaju (estado de Sergipe), com 505,9 mm.

Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, bem como em algumas áreas do Norte, também foram identificadas reduções menos intensas das precipitações, com valores entre 50 e 100 mm.

No Sul, Oeste do Norte e áreas do Sudeste, as precipitações aumentaram entre 100 mm e 250 mm nos últimos anos, principalmente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Roraima e Acre. Em Codajás (estado do Amazonas, norte), houve um aumento de 741,9 mm, em Bambuí (estado de Minas Gerais, sudeste) de 590,2 mm e em Chapecó (estado de Santa Catarina, sul) de 509,1 mm.

O Brasil viveu esta semana uma onda de calor inédita, que se traduziu em temperaturas recordes em cidades como São Paulo o Río de Janeiro, para o inverno austral.

(Web editor: 实习生, Renato Lu)

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