Moçambique está tomando medidas para proteger suas florestas, uma vez que o país da África Austral perde cerca de 267 mil hectares de florestas todos os anos, informou na última sexta-feira um alto funcionário.
É preocupante, uma vez que estas áreas florestais podem ser utilizadas para produtos florestais não madeireiros, como plantas medicinais, que têm potencial para gerar rendimentos significativos, disse Cláudio Afonso, diretor nacional de florestas do Ministério da Terra e Ambiente.
"Temos estado a registar algumas preocupações porque anualmente perdem-se cerca de 267 mil hectares de florestas", disse aos jornalistas na capital Maputo, durante uma reunião sobre a proteção da floresta de Miombo, um evento de dois dias que terminou na sexta-feira. O evento contou com a presença de diretores florestais nacionais de 11 países do sul da África.
A floresta de Miombo é a mais extensa floresta tropical sazonal e formação de floresta seca na África, cobrindo porções substanciais da África Austral e Central, incluindo Angola, Zimbábue, Zâmbia, Malawi, Moçambique, Tanzânia e República Democrática do Congo. A floresta de Miombo em Moçambique abrange as províncias de Manica, Tete, Sofala e Zambézia, na região central, bem como Nampula, Niassa e Cabo Delgado, no norte do país.
Para proteger as florestas, Moçambique já conseguiu angariar cerca de US$ 17 milhões de um total de cerca de US$ 30 milhões necessários para implementar o plano de ação estabelecido, que terá a duração de dois anos.
Nos últimos 15 anos, o país perdeu cerca de quatro milhões de hectares de floresta devido à exploração madeireira não regulamentada e outras ações humanas, de acordo com especialistas do setor florestal, que disseram que as províncias de Nampula, Manica e Sofala testemunharam as maiores taxas de desmatamento.