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New York Times: fabricantes de chips dos EUA precisam da China

Fonte: Diário do Povo Online    24.07.2023 14h14

Os fabricantes de chips estão achando cada vez mais difícil operar na China, mas dizem que fazer negócios no país continua sendo fundamental para sua viabilidade, escreve Ana Swanson, jornalista do New York Times, que cobre o comércio internacional e o relacionamento EUA-China.

Em maio, os produtos da Micron Technology não passaram em uma revisão de segurança cibernética na China, deixando a empresa perdendo um oitavo de sua receita global, de acordo com o NYT.

Swanson observou que as empresas globais de semicondutores se encontram em uma posição extremamente complicada, em uma altura que tentam superar uma crescente divisão entre os Estados Unidos e a China. A indústria de semicondutores tornou-se o marco zero da rivalidade tecnológica entre Washington e Beijing, com novas restrições e medidas punitivas impostas por ambos os lados.

No geral, a China responde por cerca de um terço das vendas globais de semicondutores. Mas para alguns fabricantes de chips, o país responde por 60 ou 70 por cento de sua receita. Mesmo quando os chips são fabricados nos Estados Unidos, eles geralmente são enviados para a China para montagem e teste, refere o NYT.

"Não podemos simplesmente apertar um botão e dizer de repente que você tem que tirar tudo da China", disse Emily S. Weinstein, pesquisadora do Centro de Segurança e Tecnologia Emergente de Georgetown, de acordo com o jornal.

Essas tensões foram refletidas durante a recente visita da secretária do Tesouro, Janet L. Yellen, a Beijing, onde ela tentou caminhar sobre uma linha tênue ao criticar algumas das práticas da China, enquanto insistia que os Estados Unidos não pretendiam romper os laços com o país, observou o NYT.

Swanson argumenta que, em meio a regulamentações mais rígidas e novos programas de incentivo dos Estados Unidos e da Europa, as empresas globais de chips estão cada vez mais olhando para fora da China, enquanto escolhem os locais para seus próximos grandes investimentos. Mas essas instalações provavelmente levarão anos para serem construídas, o que significa que quaisquer mudanças no mercado global de semicondutores ocorrerão gradualmente.

John Neuffer, presidente da Associação da Indústria de Semicondutores, que representa a indústria de chips, disse em comunicado que a escalada contínua dos controles representa um risco significativo para a competitividade global da indústria dos EUA, apontou o NYT.

"A China é o maior mercado mundial de semicondutores, e nossas empresas simplesmente precisam fazer negócios lá para continuar crescendo, inovando e superando os concorrentes globais", afirmou. “Pedimos soluções que protejam a segurança nacional, evitem danos inadvertidos e duradouros à indústria de chips e previnam futuras escaladas”, conclui o artigo.

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