Uma equipe chinesa encontrou evidências importantes para a existência de ondas gravitacionais de nanohertz, as quais são ondulações do espaço-tempo que podem ajudar a esclarecer alguns dos principais problemas científicos da astrofísica.

Recorrendo ao Telescópio Esférico de Abertura de 500 metros (FAST) na província de Guizhou, a equipe de pesquisa realizou o monitoramento sistemático por mais de três anos em 57 pulsares de milissegundos, os quais são usados como um detetor para capturar as pequenas ondulações na galáxia. Por fim, conseguiu detetá-las, com uma taxa de desinformação extremamente baixa de menos de um em quinhentos mil.

Chang Jin, membro da Academia Chinesa de Ciências (CAS) e diretor dos Observatórios Astronômicos Nacionais do CAS (NAOC), disse que as mudanças dos ângulos desses pulsares apontavam para a existência de tais ondas.

As ondas gravitacionais de nanohertz abriram uma janela para os seres humanos observarem o universo e ajudarão em algumas das principais descobertas da física, disse Chang. “Contando com ondas gravitacionais de nanohertz, os cientistas podem pesquisar alguns dos principais problemas científicos da astrofísica, como corpos celestes supermassivos, incluindo buracos negros, buracos negros supermassivos, formação, evolução e fusão de galáxias e a estrutura inicial do universo”, afirmou.

Usar um grande radiotelescópio como o FAST para observar pulsares de milissegundos com cadências regulares a longo prazo é o único método conhecido para detectar ondas gravitacionais de nanohertz.

As ondas gravitacionais de nanohertz têm uma frequência da ordem de 10-9 hertz. É muito difícil detectá-las, devido à sua frequência extremamente baixa, onde o período correspondente pode ser de vários anos e em que os comprimentos de onda podem corresponder a vários anos-luz.

As descobertas foram publicadas online na terça-feira na revista Research in Astronomy and Astrophysics (RAA).