O presidente americano, Joe Biden, convidou seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, para uma visita aos Estados Unidos no início de fevereiro, de acordo com uma declaração conjunta emitida na segunda-feira (9) após uma ligação telefônica entre os dois líderes na sequência de ataques violentos aos edifícios dos três Poderes do governo brasileiro.
O presidente brasileiro já aceitou o convite, segundo confirmado pelas partes. A visita será destinada a servir como uma oportunidade para que os dois líderes realizem consultas profundas sobre uma ampla agenda compartilhada, disse a declaração conjunta.
Durante a ligação, Biden condenou a violência e o ataque às instituições democráticas brasileiras e à transferência pacífica do poder que o mundo testemunhou em Brasília, capital do país, quando um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiu o palácio presidencial, o edifício do Congresso e a Suprema Corte no domingo (8).
Até segunda-feira, mais de 1.000 prisões foram feitas em conexão com a violência, de acordo com uma atualização do ministro da Justiça do Brasil, Flavio Dino.
Os apoiadores de Bolsonaro protestavam contra a vitória de Lula nas eleições presidenciais de outubro. Bolsonaro não compareceu à posse de seu sucessor em 1º de janeiro e agora está no estado norte-americano da Flórida, hospitalizado devido à um "desconforto", segundo relatos da mídia.
Em uma coletiva de imprensa diária na segunda-feira (9), o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, recusou-se a revelar o tipo de visto com o qual Bolsonaro entrou nos Estados Unidos.
Enquanto as instituições democráticas brasileiras têm nosso total apoio, disse Price, os Estados Unidos ainda não receberam nenhum pedido de informação ou de ação do Brasil relacionado com a investigação dos ataques de domingo (8).