Depois que apoiadores do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram o palácio presidencial, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal na capital no domingo, líderes de vários países e organizações internacionais condenaram a ação dos apoiadores e expressaram apoio ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
Os agressores protestavam contra a perda de poder de Bolsonaro depois de serem derrotados por Lula da Silva na eleição presidencial de outubro.
Lula da Silva, que tomou posse em 1º de janeiro, condenou as invasões, dizendo que os agressores seriam punidos "com a força da lei".
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Federal, também criticou as invasões, dizendo que os manifestantes eram "antidemocráticos" e devem ser punidos "rigorosamente".
Bolsonaro, que esteve ausente da cerimônia de posse de Lula da Silva, expressou mais cedo no Twitter seu apoio a manifestações pacíficas e rejeitou o vandalismo e a invasão de prédios públicos.
A imprensa local noticiou que Lula da Silva não se encontrava no palácio presidencial no momento do motim e as forças de segurança retomaram o controle dos três edifícios.
Líderes mundiais repudiaram os atos dos manifestantes e expressaram seu apoio ao atual governo brasileiro.
Ao expressar seu apoio a Lula da Silva, o presidente colombiano, Gustavo Petro, pediu uma reunião urgente da Organização dos Estados Americanos (OEA) para "aplicar a carta democrática".
"Um ataque inconcebível aos três poderes do Estado brasileiro por parte dos bolsonaristas. O governo brasileiro tem todo o nosso apoio diante desse ataque covarde e vil à democracia", disse o presidente chileno, Gabriel Boric.
O Ministério das Relações Exteriores do Equador também emitiu um comunicado reiterando seu "apoio irrestrito à democracia e ao governo legitimamente eleito".
O chanceler argentino, Santiago Cafiero, escreveu no Twitter que "expressamos nossa solidariedade a Lula da Silva e levantamos nossas vozes em defesa da democracia brasileira".
O chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, também expressou o "total apoio de seu país ao governo do presidente Lula eleito por vontade popular" e rejeitou "qualquer tentativa contra as instituições democráticas".
O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, condenou as incursões, dizendo que elas são de "natureza fascista".
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também condenou o "ataque à democracia" no Brasil.
"Condeno o ataque à democracia e à transferência pacífica de poder no Brasil. As instituições democráticas do Brasil têm todo o nosso apoio e a vontade do povo brasileiro não deve ser prejudicada. Estou ansioso para continuar a trabalhar com Lula", disse ele no Twitter no domingo.
Na Europa, o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, disse em um comunicado que a UE condena nos termos mais fortes os atos antidemocráticos de violência que ocorreram no domingo no coração do governo de Brasília e reitera o seu total apoio a Lula.
O presidente francês, Emmanuel Macron, tuitou seu apoio a Lula, dizendo: "A vontade do povo brasileiro e das instituições democráticas deve ser respeitada!".
O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, condenou os atos dos apoiadores de Bolsonaro e ressaltou a solidariedade de Portugal com Lula da Silva como um novo "poder legitimamente investido" no Brasil após as eleições de 2022.