O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, anunciou na segunda-feira que seu governo iniciou o processo para começar a importar diesel da Rússia, dentro das medidas para reduzir o preço dos combustíveis no país.

"Está acertado que em 60 dias o diesel russo já pode começar a chegar aqui. Já existe essa possibilidade. A Rússia continua fazendo negócios com o mundo todo", disse Bolsonaro a jornalistas no Palácio do Planalto, sede do governo brasileiro, enquanto se preparava para receber a presidente da Hungria, Katalin Novák, em agenda oficial.

O presidente não detalhou os termos desse acordo. Mais cedo, em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que o diesel vindo da Rússia seria "mais barato".

O presidente brasileiro defendeu a opção de adquirir diesel da Rússia por ser mais barato do que o vendido por outros fornecedores externos escolhidos pela Petrobras.

Atualmente, cerca de 30% do diesel consumido no Brasil é importado, porque as refinarias instaladas no país não têm capacidade para refinar tudo. Com isso, a instabilidade do preço internacional do petróleo após a guerra na Ucrânia vem impactando o mercado brasileiro de combustíveis.

"Brasil importa quase 30% do diesel que se consome no país. Devemos importar dos que vendem com melhor preço e não aceitar o preço dos que cobram mais caro", explicou.

Bolsonaro defendeu a política de busca de opções para reduzir o preço dos combustíveis, como ocorreu com a redução de impostos nos estados, o que permitiu uma baixa para os consumidores de quase 9% no preço da gasolina desde 22 de junho.

O presidente lembrou que visitou Moscou em fevereiro passado para se reunir com seu colega russo, Vladimir Putin, encontro no qual se acertou a continuidade do fornecimento de fertilizantes para o agronegócio brasileiro.

Bolsonaro acrescentou que o Brasil mantém "neutralidade" ante a questão da Ucrânia.