Metade dos hospitalizados por COVID-19 ainda apresentam sintomas após dois anos, aponta estudo

Fonte: Xinhua    13.05.2022 08h34

O estudo de acompanhamento da maior duração até hoje sobre a COVID-19 mostrou que, dois anos após a infecção, metade dos pacientes que foram internados ainda têm pelo menos um sintoma.

O estudo publicado nesta quinta-feira na revista Lancet Respiratory Medicine revelou que quase 1.200 participantes na China, infectados com o coronavírus que causa a COVID-19, tenderam a ter uma saúde e qualidade de vida piores do que a população em geral.

Pesquisadores do Hospital da Amizade China-Japão, da Academia Chinesa de Ciências Médicas, da Faculdade de Medicina da União de Pequim e da Escola de Medicina da Universidade Tsinghua avaliaram a saúde de 1.192 participantes com COVID-19 aguda e tratados no Hospital Jinyintan em Wuhan entre 7 de janeiro e 29 de maio de 2020, três vezes após eles terem recebido alta hospitalar, nomeadamente depois de seis meses, 12 meses e dois anos.

O grupo, com idade média de 57 anos ao receber alta, foi avaliado em um teste de caminhada de seis minutos, testes de laboratório e questionários sobre sintomas, saúde mental, qualidade de vida relacionada à saúde, se eles tivessem voltado ao trabalho, além dos cuidados com a saúde após a alta.

O estudo mostrou que seis meses após alta, 68% deles relataram pelo menos um sintoma prolongado de COVID-19, e dois anos mais tarde, 55% deles reportaram sintomas, entre os quais fadiga, fraqueza muscular e dificuldades para dormir.

Além disso, suas queixas incluíam dores nas articulações, palpitações, tonturas, dores de cabeça e ansiedade ou depressão, de acordo com o estudo.

"Nossas descobertas indicam que, para uma certa proporção de sobreviventes hospitalizados pela COVID-19, embora possam ter eliminado a infecção inicial, são necessários mais de dois anos para se recuperar totalmente da doença", avaliou o autor correspondente do artigo, Cao Bing, do Hospital da Amizade China-Japão.

Os autores admitiram as limitações, incluindo o fato de que aqueles que não participaram do estudo podem ter menos sintomas do que aqueles que o fizeram, o que pode resultar em uma superestimativa da prevalência de sintomas prolongados de COVID-19.

Mas há uma "clara necessidade de fornecer apoio contínuo a uma proporção significativa de pessoas que tiveram COVID-19", disse Cao.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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