O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) e ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, anunciou oficialmente no sábado (7) que participará das eleições presidenciais brasileiras que serão realizadas em outubro deste ano.
Lula anunciou em comício político em São Paulo no mesmo dia que concorrerá às eleições presidenciais com o apoio de uma coalizão composta pelo Partido dos Trabalhadores, Partido Socialista e outros partidos políticos, e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin será seu companheiro de chapa.
Lula disse em seu discurso que se for eleito presidente do Brasil, tomará providências para resolver o problema de alimentação e vestuário no país. Em termos de política internacional, fortalecerá o mecanismo de cooperação regional latino-americano, aprofundará a cooperação dos BRICS e promoverá o estabelecimento de um novo modelo de governança global.
Lula, 76 anos, fundou o PT em 1980 e serviu dois mandatos como presidente de 2003 a 2010. Durante seu mandato, a economia do Brasil registrou um crescimento anual de 4,3%, retornando ao top 10 da economia mundial. Lula também introduziu programas de subsistência como "Fome Zero" e "Bolsa Família", que reduziram a pobreza no Brasil em mais da metade.
Durante seu mandato, o Brasil integrou o BRICS, se candidatou com sucesso para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Seu retorno tem atraído muita atenção, já que em diversas esferas é um oponente à altura do atual presidente Bolsonaro.
A comentarista política internacional brasileira Mayra Goulart afirmou que um dos motivos pelos quais as pessoas gostaram de Lula foi que durante seu mandato ele focou na construção do poder brando do país, não apenas na força econômica ou militar, mas mais refletida no nível diplomático, acrescentado pelo bom desempenho do Brasil em organismos multilaterais, que permitiu ao governo Lula acumular muito prestígio na comunidade internacional.
Em 2014, o judiciário brasileiro lançou uma investigação anticorrupção em larga escala chamada Operação Lava Jato. Em 2017, Lula foi condenado em primeira instância por corrupção e lavagem de dinheiro no caso de suborno de apartamento, em janeiro de 2018, a segunda instância manteve a condenação em primeira instância e Lula foi preso em abril do mesmo ano. Em novembro de 2019, o Supremo Tribunal Federal do Brasil considerou que a prisão do réu durante um recurso após ser considerado culpado em segunda instância era inconstitucional, e Lula foi libertado temporariamente.
Em março de 2021, o juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Edson Fachin, decidiu que todos os julgamentos anteriores de Lula por corrupção eram "nulos e sem efeito". Em abril do mesmo ano, o Supremo Tribunal Federal do Brasil votou pela manutenção da decisão de Fachin, permitindo o retorno de Lula à "liberdade". Em janeiro, um juiz do Tribunal Criminal Federal arquivou o caso do apartamento por propina de Lula, removendo o obstáculo à sua candidatura presidencial deste ano.
Analistas acreditam que as consequências da "Operação Lava Jato" ainda estão lá, e a imagem de Lula e do PT foi altamente prejudicada. A diferença nas taxas de apoio à Lula e à Bolsonaro vem aumentando cada vez mais. A campanha eleitoral de Lula será uma tarefa árdua.