Biden diz que governo está "discutindo" se deve abandonar tarifas adicionais sobre produtos chineses

Fonte: Xinhua    12.05.2022 08h29

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na terça-feira que o governo está discutindo se deve retirar as tarifas adicionais sobre as importações de produtos chineses, impostas durante o governo de Trump, enfatizando ao mesmo tempo que nenhuma decisão foi tomada.

"Estamos discutindo isso agora. Estamos analisando o que teria o impacto mais positivo", disse Biden em resposta a uma pergunta após fazer comentários sobre a inflação no Edifício de Escritórios Executivos Eisenhower da Casa Branca.

Após os comentários de Biden, a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, indicou em uma coletiva de imprensa que o governo dos EUA já anunciou algumas exclusões tarifárias em março, e que tem sido uma "revisão contínua".

"Continuamos analisando onde seria vantajoso tomar medidas que ajudem a reduzir ou aumentar os salários, assim como ajudar determinadas indústrias que são impactadas por essas tarifas de uma maneira que não achamos eficaz", disse Psaki à imprensa.

"Haverá mais e ele (Biden) continuará a pesá-las", afirmou Psaki, acrescentando que a representante comercial dos EUA, Katherine Tai, está liderando esse esforço.

As observações de Biden seguiram-se às recentes declarações de Daleep Singh, vice-conselheiro de segurança nacional dos EUA para Economia Internacional, e da secretária do Tesouro Janet Yellen, que falaram sobre uma possível flexibilização das tarifas sobre produtos chineses no final de abril.

Tais vozes surgiram no momento em que os Estados Unidos estão experimentando a maior inflação em quatro décadas. O índice de preços ao consumidor ( IPC) de março subiu 8,5% em relação a um ano atrás, o maior aumento de 12 meses desde o período que terminou em dezembro de 1981, de acordo com dados do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos. Espera-se que o IPC de abril, previsto para ser lançado na quarta-feira, permaneça elevado.

"Sei que as famílias em toda a América estão sofrendo por causa da inflação", disse Biden em seu discurso na terça-feira. "Estou levando a inflação muito a sério e é minha maior prioridade interna".

O presidente dos Estados Unidos argumentou que os desafios da cadeia de suprimentos resultantes da "pandemia vista em um século" e do conflito Rússia-Ucrânia são as duas principais causas do aumento da inflação.

Gary Hufbauer, ex-funcionário do Tesouro dos EUA e membro sênior não residente do Peterson Institute for International Economics (PIIE), contudo, argumentou que o alívio fiscal massivo e a lentidão de ação do Federal Reserve levaram à situação atual.

"Acho que o Fed foi longe demais na flexibilização quantitativa e nas taxas de juros zero", disse Hufbauer recentemente à Xinhua.

Hufbauer, especialista em comércio de longa data, indicou que o governo dos EUA deveria eliminar ou pelo menos reduzir as tarifas adicionais sobre as importações provenientes da China, argumentando que tais medidas de liberalização do comércio ajudarão a diminuir a inflação elevada e estabilizar as expectativas inflacionárias.

Em uma pesquisa publicada no site do PIIE, Hufbauer e seus colegas Megan Hogan e Yilin Wang argumentaram que o efeito direto da eliminação das tarifas adicionais sobre produtos chineses consistiria em uma redução de 0,3 ponto percentual no IPC, mas também haveria efeito indireto, que acrescentaria "substancialmente" a 0,3 ponto percentual.

"Seria um sinal considerável para as empresas dos EUA de que elas vão enfrentar mais concorrência e que isso poderia levá-las a moderar seus aumentos de preços à medida que a inflação for avançando", disse Hufbauer.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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