A China pode enfrentar 1,55 milhão de mortes por COVID-19 se abandonar a atual política dinâmica de zero-COVID, de acordo com um novo estudo publicado na Nature Medicine nesta terça-feira.
No estudo, cientistas da China e dos Estados Unidos bolaram diferentes estratégias que a China poderia usar para se afastar de sua política dinâmica de zero-COVID e aprender a viver com o vírus, e descobriram que o nível atual de imunidade da China seria insuficiente para evitar uma onda de Ômicron.
Se a China abandonar sua atual estratégia anti-COVID, previram os pesquisadores, o pico de demanda na unidade de terapia intensiva seria 15,6 vezes a capacidade existente, causando mais de 1,5 milhão de mortes.
O estudo também apontou que proteger indivíduos vulneráveis, garantindo acessibilidade a vacinas e terapias antivirais, além de manter a implementação de intervenções não farmacêuticas pode ser suficiente para evitar a sobrecarga do sistema de saúde, "sugerindo que esses fatores devem ser pontos de ênfase em futuras políticas de mitigação."
A China vem implementando uma política dinâmica e rígida de zero-COVID em sua luta contra o vírus, que se mostrou eficaz nos últimos mais de dois anos desde o início da pandemia.
Especialistas argumentam que a política dinâmica de zero-COVID da China é atualmente a melhor escolha para o país mais populoso do mundo.
"Se não formos firmes sobre a política dinâmica de zero-COVID, a China pode perder o melhor momento para conter o ressurgimento de casos, o que pode levar a custos mais altos e consequências insuportáveis", disse recentemente o principal epidemiologista da China, Liang Wannian.