Hábitos alimentares não saudáveis levam a altas taxas de crianças obesas no Brasil, mostra estudo

Fonte: Diário do Povo Online    23.03.2022 11h25

Um estudo realizado no Brasil mostrou que os maus hábitos alimentares entre as crianças locais fizeram com que 10 em cada 100 crianças menores de cinco anos apresentassem excesso de peso, das quais 7 estavam com sobrepeso e 3 já estavam obesas.

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde do Brasil em 2021, estima-se que 6,4 milhões de crianças no Brasil estejam acima do peso, das quais 3,1 milhões desenvolveram obesidade.

Os resultados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani-2019) realizado pelo Instituto de Nutrição da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), encomendado pelo Ministério da Saúde do Brasil, com base nos indicadores de 2019, também mostrou que 18,6% das crianças menores de cinco anos estavam próximas do excesso de peso, um alerta para a comunidade médica.

No passado, a obesidade era um fenômeno concentrado principalmente em adultos, depois se espalhou gradualmente para adolescentes e crianças mais velhas, e agora atinge crianças com menos de cinco anos de idade.

O estudo mostrou que entre crianças de até 2 anos, a taxa de sobrepeso chegou a 23%; crianças de 2 anos a quase 3 anos tiveram a segunda maior taxa de sobrepeso (20,4%), seguidas por crianças de 3 anos a quase 4 anos (15,8% ) e crianças de 4 anos a quase 5 anos (14,7%).

Crianças obesas correm risco de doenças articulares e ósseas, diabetes, doenças cardíacas e até câncer, e podem se tornar adultos obesos, segundo alertaram os pesquisadores do Enani-2019.

Especialistas apontaram que a obesidade infantil é resultado de um conjunto complexo de fatores genéticos e comportamentais. A principal causa do ganho de peso entre as crianças brasileiras são os alimentos ultraprocessados, como sucos, refrigerantes, biscoitos, salgadinhos e macarrão instantâneo, que atualmente são os produtos mais consumidos pelas crianças.

Cintia Cercato, endocrinologista da Universidade de São Paulo e presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica, destacou que o Brasil vem passando por mudanças no ambiente alimentar ao longo dos anos, mais barato e mais fácil de obter.

Entre os domicílios pesquisados pelo Enani-2019, o consumo de alimentos ultraprocessados foi de 93% entre crianças de 2 a quase 5 anos de idade e 80,5% entre crianças de 6 meses a quase 2 anos de idade.

Além disso, 24,5% das crianças de 6 meses a quase 2 anos consumiam bebidas açucaradas, em comparação com 37,7% das crianças de 1 ano e meio a quase 2 anos de idade e 50,3% das crianças de 2 a quase 5 anos de idade.

(Web editor: Renato Lu, 符园园)

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