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UE luta para acabar com dependência de energia russa em meio ao conflito na Ucrânia

Fonte: Xinhua    23.03.2022 13h19

Os preços do petróleo na Europa vêm subindo desde o início do conflito na Ucrânia, em meio a temores de que a União Europeia (UE) possa proibir as importações de energia da Rússia, um sinal de que o embargo proposto inevitavelmente sairá pela culatra em sua própria economia.

Isso deixou a UE mais ansiosa para se livrar de sua dependência da energia russa, propondo novos planos para diversificar o fornecimento de energia e ser independente da energia russa.

DIVISÃO DOS MEMBROS DA UE

Os países membros da UE estão divididos sobre a proibição da energia russa, pois sua dependência das importações de energia da Rússia varia.

De um modo geral, a UE depende fortemente da energia russa, que representa uma parte significativa das importações anuais da UE. De acordo com o Eurostat, o escritório de estatística da UE, a Rússia respondeu por mais de 40 por cento do gás natural e 30 por cento do petróleo bruto importado pela UE em 2019.

Em uma cúpula de líderes da UE na França recentemente, Letônia, Polônia e Lituânia pediram a proibição das importações de energia russa, mas foram rejeitadas pela Alemanha e alguns outros países que simplesmente não podem cortar as importações de energia da Rússia.

"O fornecimento de energia da Europa para aquecimento, mobilidade, eletricidade e indústria atualmente não pode ser garantido de outra forma", disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, ao defender sua rejeição.

O ministro federal de Assuntos Econômicos e Ação Climática da Alemanha, Robert Habeck, alertou sobre as repercussões da proibição da energia russa, observando que isso causará graves danos à economia e à sociedade.

SAINDO DA DEPENDÊNCIA

Em resposta ao aumento dos preços da energia na Europa e à atual incerteza no fornecimento, a UE divulgou no dia 8 de março um plano chamado REPowerEU destinado a diversificar o fornecimento de gás e reduzir as importações de energia da Rússia.

De acordo com o plano, a UE busca se tornar independente dos combustíveis fósseis russos bem antes de 2030.

Ao diversificar o fornecimento de gás, acelerar a implantação de gases renováveis ​​e substituir o gás no aquecimento e na geração de energia, a UE tenta reduzir sua demanda por gás russo em dois terços antes do final de 2022.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs mais tarde em uma mensagem nas mídias sociais que a UE deveria eliminar gradualmente os combustíveis fósseis russos até 2027.

"Precisamos agir agora para mitigar o impacto do aumento dos preços da energia, diversificar nosso suprimento de gás para o próximo inverno e acelerar a transição para energia limpa", disse ela.

ACERTO NA ECONOMIA EUROPEIA

A disputa de energia já pesou na economia europeia, elevando a inflação.

A área do euro registrou uma inflação anual de 5,9 por cento em fevereiro, um novo recorde histórico. De acordo com o Eurostat, o principal contribuinte para o aumento da inflação foi o preço da energia, que subiu impressionantes 31,7 por cento em fevereiro.

Como um cessar-fogo permanece indefinido na Ucrânia, os economistas previram que a inflação poderia subir ainda mais futuramente.

O Banco Central Europeu já baixou a sua projeção para o crescimento econômico em 2022 para 3,7 por cento na zona euro.

Em uma nota de pesquisa, o economista-chefe europeu do Goldman, Sven Jari Stehn, previu com os membros de sua equipe que o crescimento do PIB da área do euro será reduzido em 2,2 pontos percentuais em 2022 se os fluxos de energia da Rússia para a Europa forem completamente cortados.

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