Crise na Ucrânia tem nova escalada

Fonte: Diário do Povo Online    21.03.2022 11h21

Pessoas descansam em um assentamento temporário perto de Mariupol, Ucrânia, em 17 de março de 2022. (Foto: Xinhua)

A Rússia alegou no sábado (19) que havia lançado mísseis hipersônicos contra um depósito de armas na Ucrânia, o primeiro uso das armas de próxima geração em combate, depois que o líder de Kiev pressionou por negociações "significativas" para interromper a "operação militar especial" em sua quarta semana.

Se confirmado, o uso do novo míssil hipersônico Kinzhal ("punhal") da Rússia, que pode iludir a maioria dos sistemas de defesa, marcará uma nova escalada na campanha da Rússia para forçar a Ucrânia a abandonar as esperanças de laços mais estreitos com o Ocidente.

"O sistema de mísseis de aviação Kinzhal com mísseis aerobalísticos hipersônicos destruiu um grande armazém subterrâneo contendo mísseis e munição de aviação na vila de Deliatyn, na região de Ivano-Frankivsk (no oeste da Ucrânia)", disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov, no sábado.

A região de Ivano-Frankivsk compartilha uma fronteira de 50 quilômetros com a Romênia, membro da OTAN.

O ministério também disse que as forças russas usaram o sistema de mísseis antinavio Bastion para destruir instalações militares ucranianas perto do porto de Odesa, no Mar Negro.

O presidente russo, Vladimir Putin, que apresentou o míssil Kinzhal em 2018, o chamou de “uma arma ideal” que voa a 10 vezes a velocidade do som.

O porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yuri Ignat, disse à Agência France-Presse que o depósito em Deliatyn, uma vila perto da fronteira com a Romênia, foi de fato atingido, mas "não temos informações sobre o tipo de míssil".

O anúncio de Moscou veio horas depois que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky voltou a apelar pela paz, instando a Rússia a aceitar conversas "significativas" em seu último vídeo publicado nas redes sociais.

"Esta é a hora de nos encontrarmos para conversar, é hora de renovar a integridade territorial e a justiça para a Ucrânia", disse ele. "Caso contrário, as perdas da Rússia serão tais que várias gerações não se recuperarão".

A Ucrânia afirmou no sábado que um general russo foi morto por ataques em um aeródromo nos arredores de Kherson, ao norte da Crimeia, dizendo que ele foi o quinto oficial de alto escalão morto desde 24 de fevereiro.

A Rússia não confirmou a informação, mas disse que suas tropas romperam as defesas ucranianas para entrar na estratégica cidade portuária de Mariupol, no sul, levando mais pessoas a se juntarem aos milhões que estão fugindo de suas casas.

Na manhã de domingo (20), a Câmara Municipal de Mariupol disse que uma escola de arte usada como abrigo na cidade sitiada foi bombardeada por forças russas.

Cerca de 400 pessoas estavam abrigadas no prédio, que foi destruído no ataque, informou a Câmara.

A Rússia negou repetidamente que seus ataques tenham como alvo civis, alegando que, em vez disso, estavam atacando instalações militares com "armas de alta precisão".

Mikhail Mizintsev, chefe do Centro de Gerenciamento de Defesa Nacional da Rússia, acusou os nacionalistas ucranianos de planejar ataques químicos em várias regiões.

Ele afirmou que os nacionalistas colocaram minas em instalações de armazenamento de amônia e cloro na fábrica de produtos químicos Sumykhimprom em Sumy para envenenar os moradores da região de Sumy caso tropas russas invadam a cidade.

Separadamente, o Serviço Federal de Segurança da Rússia disse que as minas que os ucranianos colocaram no Mar Negro podem chegar até o Estreito de Bósforo e o Mar Mediterrâneo.

As tempestades cortaram os cabos de algumas dessas minas, que agora flutuam livremente no oeste do Mar Negro, empurradas pelo vento e pelas correntes, alertou o serviço de segurança.

(Web editor: Renato Lu, 符园园)

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