A inflação no Brasil chegou no final de 2021 a 10,06%, maior alta anual desde 2015 e quase o dobro do limite da meta estabelecida pelo Banco Central, de 5,25%, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"É a maior taxa acumulada no ano desde 2015, quando chegou a 10,67%", explicou o IBGE. Em 2020, a inflação no Brasil cresceu 4,52%.
Além disso, trata-se da primeira vez desde 2015 que a inflação supera o teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que para 2021 tinha sido fixada em 3,75% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto, o que permitia que o índice ficasse entre 2,25 a 5,25%.
Em dezembro, o aumento dos preços no Brasil foi de 0,73%, inferior ao 0,95% de novembro.
O principal motivo para o aumento dos preços no Brasil no ano passado foi o setor de transportes, cujos preços subiram 21,03% e um impacto de 4,19 pontos percentuais no indicador, seguido por habitação, com um crescimento de 13,05% e alimentos e bebidas (7,94%). Juntos, esses três setores contribuíram com cerca de 79% para a inflação no Brasil, no ano passado.
"O grupo de transportes foi afetado principalmente pelos combustíveis. Com os reajustes sucessivos nos postos, a gasolina acumulou uma alta de 47,49% em 2021 e o etanol, 62,23%", ressaltou o IBGE.
O aumento da inflação no Brasil nos últimos meses levou o Banco Central a elevar a taxa de juros básica Selic a 9,25%, o maior nível em quatro anos. Para este ano, o Banco Central fixou como meta uma inflação de 3,5% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Por sua vez, o mercado financeiro estima que a inflação terminará 2022 em 5,03%.