O principal órgão regulador de valores mobiliários da China e as autoridades relevantes sempre estiveram abertos e respeitam totalmente as escolhas independentes das empresas chinesas de cotação no exterior em conformidade com as leis e regulamentos pertinentes, declarou no domingo um porta-voz do órgão regulador de valores mobiliários.

As observações foram feitas depois que a Comissão de Bolsa e Valores dos Estados Unidos (SEC, em inglês) divulgou suas regras de implementação do Ato de Responsabilidade de Empresas Estrangeiras e algumas empresas chinesas anunciaram que iniciaram o processo de delistalização dos Estados Unidos.

"Tomamos conhecimento deste recente desdobramento e das preocupações do mercado com as questões de supervisão de auditoria e a perspectiva das companhias nacionais cotadas nos Estados Unidos", comentou o porta-voz da Comissão de Regulamentação de Valores Mobiliários da China.

O porta-voz refutou algumas reportagens da mídia estrangeira, segundo as quais os reguladores chineses proibirão a cotação no exterior de empresas com estrutura VIE e exigirão que as empresas chinesas desistam das bolsas de valores americanas como "completo equívoco e má interpretação".

"Até onde sabemos, algumas empresas nacionais estão se comunicando ativamente com os reguladores chineses e estrangeiros para buscar cotação nos mercados dos EUA", indicou.

Em termos de cooperação em supervisão de auditoria, a comissão conduziu recentemente comunicações francas e construtivas com a SEC dos EUA e o Conselho de Supervisão de Contabilidade de Empresas Públicas para tratar de questões de cooperação bilateral e fez progressos positivos em várias questões importantes.

"Acreditamos que, enquanto os reguladores de ambos os lados continuarem a conduzir diálogos e negociações com o espírito de respeito mútuo e confiança, e lidar com questões regulatórias de forma racional, pragmática e profissional, seremos certamente capazes de encontrar um caminho de cooperação mutuamente aceitável", disse.

O porta-voz observou que ambos os lados têm cooperado na supervisão de auditoria das empresas chinesas listadas nos EUA e trabalharam juntos em programas experimentais de inspeção a fim de encontrar uma forma mais eficiente de cooperação, estabelecendo uma boa base para a cooperação futura.

Nos últimos anos, certas divisões políticas nos Estados Unidos transformaram a regulamentação do mercado de capitais em parte de suas ferramentas de politização, aplicando restrições injustificadas às empresas chinesas e coagindo-as a se retirarem das bolsas de valores americanas.

Esta mentalidade em que todos perdem vai contra os princípios fundamentais e o Estado de direito da economia de mercado, prejudica os interesses dos investidores globais e mina o status internacional dos mercados de capitais americanos, o que não beneficia ninguém.

O porta-voz ressaltou que, na era atual em que os mercados de capitais são altamente globalizados, tornou-se mais imperativo do que nunca que as autoridades reguladoras interajam de forma pragmática, racional e profissional na cooperação de supervisão de auditoria.

"Forçar as empresas chinesas a se retirar das bolsas de valores americanas não é de forma alguma uma opção política responsável", afirmou o porta-voz.

Referindo-se à série de medidas políticas que as autoridades reguladoras chinesas relevantes introduziram nos últimos meses com relação à regulamentação do desenvolvimento econômico da plataforma, o porta-voz explicou que essas medidas visam limitar o monopólio, proteger as pequenas e médias empresas, salvaguardar a segurança de dados e informações pessoais e impedir a expansão desordenada de capital.

Reguladores em outras partes do mundo também estão tomando várias medidas regulamentares contra tais questões e desafios emergentes, com o objetivo de promover o desenvolvimento sólido e sustentável da economia da plataforma, observou.

"Portanto, as iniciativas políticas relevantes do governo chinês não são direcionadas a indústrias específicas ou empresas privadas, nem estão necessariamente ligadas à listagem estrangeira de empresas chinesas", destacou o porta-voz.

No processo de implementação das medidas políticas relevantes, as autoridades reguladoras chinesas continuarão a promover firmemente a reforma e a abertura, se esforçarão para interagir com as partes interessadas, incluindo investidores, empresas e reguladores do setor, além de aumentar ainda mais a transparência e a previsibilidade das políticas.

A comissão também prosseguirá com seus diálogos francos com suas contrapartes americanas e se esforçará para resolver as questões remanescentes da cooperação em supervisão de auditoria num futuro próximo, acrescentou.