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"Cúpula da Democracia", a divisão do mundo em nome da democracia

Fonte: Diário do Povo Online    06.12.2021 15h13

Nos dias 9 e 10 de dezembro, os Estados Unidos sediarão por videoconferência a "Cúpula Mundial para a Democracia de Líderes". O tema da conferência irá se concentrar na proteção dos direitos humanos, e na oposição ao chamado "autoritarismo" e corrupção.

Na verdade, desde que os Estados Unidos anunciaram que iriam sediar a "cúpula da democracia", a comunidade internacional tem se mostrado cética.

Estarão os EUA realmente qualificados para realizar a chamada tal cúpula? A democracia é um direito universal de toda a humanidade, não uma patente de um país. Não existe um modelo unificado para a realização da democracia e não existe apenas um caminho para a democracia. Cada país deve ter a liberdade explorar uma via democrática que se adapte às suas próprias condições nacionais. Em última análise, atender às expectativas, necessidades e desejos de um povo é a chave para julgar se um país é ou não democrático. Nenhum país tem o direito de monopolizar o direito de definir e julgar a democracia.

Se os Estados Unidos têm energia para apontar o dedo a outros países, podem muito bem estar preocupados primeiro com o declínio da situação democrática do país. O artigo da mídia estrangeira "Business Insider" apontou que os Estados Unidos são classificados como um país "democrático em retrocesso". Se os Estados Unidos são democráticos ou não, isso é o mais claro entre as pessoas. De acordo com uma pesquisa publicada pela National Public Radio, 81% dos americanos acreditam que a democracia americana está enfrentando uma ameaça séria. O relatório do Pew Research Center demonstra que a grande maioria dos americanos está profundamente desapontada com o sistema político do país.

Apenas 17% consideram a "democracia" dos Estados Unidos digna de emulação, enquanto 23% acham que a "democracia" dos Estados Unidos nunca é um bom exemplo. O chamado "farol da democracia" há muito entrou em colapso, e apenas os políticos americanos ainda se deixam levar pelo mito da "democracia americana".

Será realmente a "cúpula da democracia" organizada pelos EUA favorável à democracia? Segundo a lista de participantes recém-anunciada, nos mais de 200 países e regiões da comunidade internacional, apenas alguns membros foram convidados a participar. A China e a Rússia não receberam convite. A maioria dos países europeus foi convidada, mas algumas democracias certificadas pelos aliados dos Estados Unidos e Nato, como a Hungria e Turquia foram excluídas; entre os países do Oriente Médio, apenas Israel e Iraque foram aceitos. A Índia, que foi publicamente criticada pelo Secretário de Estado dos EUA pelo retrocesso democrático, também recebeu a carta-convite.

É percetível que a democracia não é critério mais importante, mas antes estar ou não nas boas graças dos EUA. Essa é a única consideração para saber se é possível obter a aprovação para a cúpula. A chamada "democracia" nada mais é do que um estratagema que esconde a trama suja dos Estados Unidos, que a usam para avançar seus próprios desígnios geoestratégicos, suprimir outros países, dividir o mundo, servir a si mesmo e buscar o proveito próprio.

O jornal Ming Pao de Hong Kong comentou duramente que a chamada "Cúpula da Democracia" dos Estados Unidos é um movimento para promover políticas de grupo e provocar confrontos entre campos sob o manto da democracia, criando uma nova "linha de demarcação".

Sob o pretexto de democracia, os EUA interferiram nos assuntos internos de outros países, infringiram a soberania de outros países e usaram todos os meios para atingir seus próprios objetivos políticos. Internamente, os políticos dos EUA abusaram da confiança dos eleitores, expressando várias promessas, mas nunca as cumpriram. Externamente, fabricaram mentiras para lançar guerras, empurrando civis inocentes para um abismo.

O mundo precisa de unidade, em vez de divisão, e de cooperação, em vez de confronto. Como potência mundial, os Estados Unidos deveriam desempenhar um papel exemplar, em vez de se envolverem em políticas de clivagem e agir contra a tendência dos tempos. 

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