A energia solar poderia fornecer 43,2% das demandas de eletricidade da China em 2060 a menos de 2,5 centavos de dólar por quilowatt-hora, de acordo com um novo estudo publicado nesta terça-feira.
Pesquisadores da Universidade de Harvard, em Massachusetts, da Universidade Tsinghua e da Universidade Renmin da China, em Beijing, e da Universidade Nankai, em Tianjin, desenvolveram um modelo integrado para avaliar os potenciais e custos da energia solar fotovoltaica de 2020 a 2060 na China com múltiplos fatores espaço-temporais considerados.
O país assumiu grandes compromissos na transição de seus sistemas energéticos para energias renováveis, especialmente a gerada a partir de fontes solares, eólicas e hidrelétricas.
Uma análise espaço-temporal dos potenciais de energia solar fotovoltaica, que pode ser tecnicamente viável, competitiva em termos de custo e compatível com a rede, é crucial para que a China construa o caminho energético à frente, aponta o estudo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, uma revista científica norte-americana especializada.
"As descobertas destacam um ponto crucial de transição energética, não apenas para a China, mas para outros países, no qual sistemas combinados de energia solar e armazenamento se tornam uma alternativa mais barata à eletricidade a carvão e uma opção mais compatível com a rede", destaca Michael B. McElroy, professor de ciências ambientais de Harvard e coautor do estudo.
"Hoje, a energia solar sem subsídios tornou-se mais barata do que a energia a carvão na maioria das partes da China, e essa vantagem competitiva em breve se expandirá para todo o país devido aos avanços tecnológicos e declínios de custos", prevê Lu Xi, professor associado da Universidade Tsinghua e também coautor correspondente.
"Nossos resultados demonstram que a competitividade econômica da energia solar combinada com os investimentos em sistemas de armazenamento poderia proporcionar benefícios extras para o despacho da rede, o que será especialmente importante para a operação de futuros sistemas elétricos na China", ressalta Lu Xi.