Mais de 300 partidos políticos, organizações e grupos de reflexão de mais de 100 países e regiões submeteram uma declaração conjunta na segunda-feira (2) à Secretaria da Organização Mundial da Saúde (OMS), rejeitando a politização do estudo de origem da Covid-19 e pedindo uma investigação objetiva e justa.
A humanidade vive em uma comunidade com um futuro compartilhado e nenhum país pode sobreviver sozinho a grandes crises, enfatizaram eles, apelando à solidariedade da comunidade internacional para combater o vírus, que não conhece fronteiras ou raças.
No entanto, eles apontaram na declaração conjunta que o plano proposto pela OMS para a segunda fase da investigação de rastreamento de origem não ajudará a promover a cooperação global no rastreamento da origem do vírus, uma vez que é inconsistente com a resolução da 73ª Assembleia Mundial de Saúde não envolveu consultas completas com os Estados membros e não refletiu os resultados das pesquisas globais mais recentes.
A Secretariada da OMS foi exortada a cooperar com os Estados membros, dar plena consideração às novas evidências científicas e adotar integralmente as sugestões feitas pelo relatório conjunto OMS-China.
Na declaração ficou expresso o apoio a especialistas e pesquisadores médicos que realizam trabalho de rastreamento da origem do vírus em vários países e regiões em todo o mundo, a fim de ganhar experiência para prevenir a próxima possível pandemia.
A China e alguns outros países receberam elogios por fornecerem vacinas aos países em desenvolvimento e os países capazes foram solicitados a evitar restrições à exportação ou armazenamento de vacinas.
A declaração conjunta foi emitida depois que quase 70 países expressaram oposição à politização do rastreamento da origem da Covid-19, escrevendo cartas ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, emitindo declarações e enviando notas.
Políticos e especialistas em muitos países também expressaram sua rejeição às tentativas de alguns países, incluindo os Estados Unidos, de politizar o rastreamento da origem da Covid-19, enfatizando que o estudo da origem deve ser baseado em evidências e na ciência.
Apesar do relatório conjunto OMS-China divulgado em março que dizia que uma hipótese de "vazamento de laboratório" era "extremamente improvável", os políticos dos EUA, incluindo o secretário de Estado Antony Blinken, ainda insistem em realizar uma investigação sobre a origem do vírus na China.
Em um comunicado divulgado na sexta-feira (30), o Congresso Nacional Africano, partido no poder da África do Sul, afirmou que apoia as investigações baseadas na ciência para rastrear a origem do coronavírus que causa a Covid-19, apoia a cooperação global e condena a politização de tais investigações.
"Somente quando nos unirmos poderemos realmente derrotar o vírus", disse.
Falando em uma coletiva de imprensa virtual na sexta-feira, o secretário de Saúde das Filipinas, Francisco Duque III, disse que o governo evita a politização de qualquer coisa relacionada à Covid-19.
"O que quer que esteja sendo politizado por certos líderes, por certos políticos, nós deixamos para eles", disse ele à agência de notícias filipina.
Usman Sarki, ex-representante adjunto da Nigéria nas Nações Unidas, disse na sexta-feira que o governo dos Estados Unidos está usando a cartada da China numa tentativa de resolver os problemas domésticos que enfrenta em meio à pandemia, em vez de estar verdadeiramente interessado em descobrir a origem do vírus.