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Opinião: politização da origem do vírus é um ato fútil e desprezível

Fonte: Diário do Povo Online    27.07.2021 15h16

Por Li Jiabao

Recentemente, o Gabinete de Informação do Conselho de Estado da China organizou uma coletiva de imprensa sobre o rastreio da origem do novo coronavírus. Por meio de dados detalhados e casos específicos, a China refutou os rumores sobre Instituto de Virologia de Wuhan da China difundidos pelos Estados Unidos e pelo Ocidente, esclarecendo, uma vez mais, sua posição perante a comunidade internacional: o apoio ao rastreio científico do vírus e a oposição à sua politização.

O rastreio do vírus deve ter por base uma perspetiva global e deve ser realizado por cientistas de todo o mundo. Este é um consenso geral da comunidade internacional e uma posição consistente da China. Após o surto, a China entrou em contato com a OMS o mais rápido possível, compartilhou a sequência do gene do vírus e assumiu a liderança na cooperação da pesquisa do rastreio do vírus com a OMS.

De 14 de janeiro a 10 de fevereiro deste ano, 17 especialistas internacionais selecionados independentemente pela OMS foram à China para formar um grupo conjunto e internacional para a realização de um estudo de campo de 28 dias em Wuhan. Em 30 de março, o Relatório de Pesquisa Conjunta China-OMS sobre o Rastreio do Novo Coronavírus foi lançado, formalizando a conclusão de que "vazamentos de laboratório são extremamente improváveis" e apresentando sugestões como a continuidade da busca por possíveis casos iniciais a uma escala mais ampla em todo mundo.

Este relatório tem sido corroborado por cada vez mais pesquisas científicas por sua objetividade, cientificidade e autoridade. Ele deve servir como base para a próxima etapa do trabalho de rastreio global e ser respeitado e mantido pela comunidade internacional.

No entanto, a OMS divulgou recentemente um plano de trabalho para a segunda fase de rastreio do vírus, com a "violação de procedimentos laboratoriais e vazamento do vírus da China" como foco. Esta situação é ultrajante. Primeiramente, é seriamente inconsistente com os fatos científicos. Até agora, nenhum dos funcionários ou alunos do Instituto foi infetado com o novo coronavírus. O instituto nunca realizou pesquisas sobre o coronavírus e não existem vírus artificiais. Um total de 24 especialistas médicos de renome internacional publicaram recentemente uma declaração conjunta na revista oficial "The Lancet" para enfatizar este consenso.

Este rastreio é seriamente inconsistente com as conclusões do relatório de pesquisa conjunto China-OMS e demonstra grande desrespeito pelos resultados do grupo conjunto de especialistas. Pesquisas repetidas sobre conteúdos que já chegaram a conclusões conclusivas irão apenas desperdiçar tempo e recursos, retardar o processo global de rastreio do vírus e minar a autoridade e credibilidade da OMS.

A afirmação absurda de que "o laboratório de Wuhan vazou o coronavírus" é precisamente o que políticos anti-China nos Estados Unidos e no Ocidente e alguns meios de comunicação têm repetidamente clamado. Durante muito tempo, ignoraram completamente os fatos e a ciência, atacando e desacreditando a China na questão do rastreio do vírus e exercendo pressão sobre a OMS.

Há pouco tempo os Estados Unidos reuniram um pequeno número de países ocidentais para questionar o relatório de pesquisa conjunta China-OMS e "instaram" a China, que já cooperou com a OMS em pesquisas de rastreio, a aceitar uma "investigação internacional".

Os Estados Unidos e o Ocidente reprimiram e ameaçaram imprudentemente especialistas e acadêmicos com vozes objetivas e racionais. Pode-se ver que o chamado "plano de trabalho de rastreio de segundo estágio da OMS" é um produto da manipulação política nos Estados Unidos e no Ocidente e está estigmatizando a epidemia, rotulando o vírus e politizando o processo de rastreio.

Os Estados Unidos, que apregoam "transparência", "rapidez" e "ciência", sempre evitaram abordar a questão da pandemia em seu próprio país. Esse comportamento de padrão duplo expõe totalmente o calculismo político americano, que tentou se esquivar de sua própria responsabilidade pelo fracasso na luta contra a epidemia e desesperadamente arranjar desculpas para suprimir e conter o desenvolvimento da China. Até o momento, os Estados Unidos nunca emitiram um convite de rastreio à OMS; os Estados Unidos não responderam a relatórios sobre casos precoces de Covid-19 no seu território, os quais podem ser anteriores às datas oficiais; os Estados Unidos sempre mentiveram o silêncio relativamente ao laboratório de Fort Detrick ou de outras instalações no exterior. Como um "país suspeito de origem do vírus", com o maior número de casos confirmados e maior número de mortes e o cronograma de casos de infeção precoce no mundo, não deveriam os Estados Unidos ser um foco de rastreio global do vírus?

O rastreio do vírus visa esclarecer a origem do vírus e seu mecanismo de transmissão, ajudando a humanidade a tomar medidas eficazes para evitar a ocorrência de epidemias semelhantes, ao invés de se tornar uma ferramenta de manipulação política. Com a descoberta dos primeiros casos de Covid-19, a necessidade de um rastreio multidirecional e tridimensional no mundo tornou-se cada vez mais premente. Há poucos dias, políticos e especialistas de muitos países deixaram clara sua oposição à politização do vírus.

Até agora, cerca de 60 países escreveram à OMS apoiando o rastreio do vírus a uma escala global, opondo-se à sua politização. As pessoas esperam que a OMS apoie o espírito científico, recuse a interferência política e trabalhe com a comunidade internacional para promover o rastreio científico em muitos países e lugares ao redor do mundo, mantendo uma atmosfera de cooperação global. 

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