O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, durante uma coletiva de imprensa em 29 de julho, comentou a recente alegação de que a China havia rejeitado a segunda fase do plano de rastreio da OMS.
Zhao Lijian, o porta-voz, disse que, primeiramente, esse plano foi proposto unilateralmente pelo Secretariado da OMS e que não havia sido unanimemente aprovado pelos Estados membros da OMS. O projeto do plano de trabalho para a segunda fase proposta pela secretaria foi proposto para discussão pelos Estados membros, e eles têm o direito de fazer emendas. A responsabilidade da secretaria é a facilitação da consulta e do acordo entre os membros, sendo que não tem o direito de tomar decisões por conta própria.
Desde a eclosão da pandemia, a China sempre atribuiu grande importância à questão do rastreio do vírus, à defesa do espírito da ciência e à participação ativa na cooperação global com uma atitude aberta. A China convidou por duas vezes os especialistas da OMS para realizar pesquisas conjuntas, alcançando resultados importantes e conclusões confiáveis.
Recentemente, diversos países, incluindo a China, expressaram preocupação e oposição ao plano de trabalho de rastreio de segundo estágio elaborado pela Secretaria da OMS, por entenderem que o plano não respeita os requisitos da resolução da 73ª sessão da Assembleia Mundial da Saúde. As conclusões e recomendações do relatório de pesquisa conjunta da organização não refletem os resultados mais recentes da pesquisa de rastreio global e não podem ser usadas como base para a segunda fase da cooperação. Enquanto isso, 60 países também escreveram ao diretor-geral da OMS, saudando o relatório de pesquisa conjunto China-OMS e se opondo à politização das questões de rastreio.
Para apoiar e cooperar com a OMS na segunda fase do rastreio global, os especialistas chineses apresentaram o plano da segunda fase ao Secretariado da OMS com base no trabalho de rastreio da primeira fase e no relatório de pesquisa conjunta realizado pela China-OMS. É um programa científico e profissional.
Em primeiro lugar, o trabalho de rastreio do segundo estágio deverá ser orientado pelas resoluções da Assembleia Mundial da Saúde, tendo os cientistas como intervenientes principais e o rastreio científico baseado em evidências. O relatório de pesquisa conjunto China-OMS tirou conclusões e recomendações reconhecidas pela comunidade internacional e pela comunidade científica e deverá ser usado como base para a segunda fase.
Em segundo lugar, o rastreio da primeira fase já foi realizado. Se houver conclusões claras, a segunda fase não deverá ser repetida. O relatório de pesquisa de rastreio conjunto China-OMS deixou claro que o vazamento do laboratório é "extremamente improvável". O foco da segunda fase da pesquisa deverá recair sobre os caminhos de transmissão "muito prováveis" e "possíveis", especificados em relatórios de pesquisa conjunta, como possíveis animais hóspedes do vírus, a transmissão via cadeias de exportação de congelados, e a promoção do desenvolvimento de pesquisas de rastreio em múltiplos países e regiões em todo o mundo.
Os resultados da pesquisa existente e as novas evidências devem ser avaliados e analisados com base nas evidências da pesquisa pública, da região e do plano de trabalho para o rastreio do segundo estágio. Devem ser realizadas novas pesquisas em epidemiologia, produtos de origem animal e meio ambiente, epidemiologia molecular, etc, e reforçar, ao invés de repetir, o trabalho em andamento ou já existente.
Em quarto lugar, o grupo de especialistas deve ser formado com base nos especialistas em rastreio do primeiro estágio e respeitar plenamente o nível profissional, a reputação internacional e a experiência prática dos membros do grupo. Na verdade, é necessário complementar os especialistas em outras áreas, que podem ser alargadas com base na sua composição original. Isso não só contribui para a continuidade do trabalho, mas também para garantir a autoridade e a justiça na próxima etapa.
Ao mesmo tempo, a China continuará a implementar as recomendações relevantes no relatório de pesquisa conjunto China-OMS e a promover ativamente o desenvolvimento de pesquisas complementares.
Zhao enfatizou que o rastreio é uma questão científica séria e que os cientistas devem ter permissão para estudar a origem do coronavírus com clareza, para prevenir riscos futuros. “Rejeitamos firmemente a politização do rastreio e continuaremos a participar ativamente na busca científica verdadeira”, disse.