A China espera que a Organização Mundial da Saúde (OMS) possa aderir ao espírito de ciência, profissionalismo e objetividade e trabalhar com a comunidade internacional para defender conjuntamente a integridade científica de estudar as origens da COVID-19, resistir ao vento contrário da politização e salvaguardar a atmosfera sólida da cooperação global antiepidemia, disse nesta sexta-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian.
Ele enfatizou que a China sempre atribuiu grande importância à questão do rastreamento de origem e continuará a promover sua própria pesquisa de rastreamento de origem. Ao mesmo tempo, como um dos primeiros países a cooperar com a OMS na pesquisa de rastreamento de origem, a China continuará a participar ativamente da próxima etapa da cooperação global de rastreamento de origem.
Zhao fez as observações durante uma coletiva de imprensa diária ao comentar sobre a OMS ter informado em 16 de julho aos Estados-membros sobre as medidas a serem tomadas na segunda fase do estudo para rastrear as origens da COVID-19.
Na reunião de imprensa dos Estados-membros da OMS em 16 de julho, a China e muitos outros países expressaram claramente sua posição básica sobre o plano de trabalho da segunda fase do estudo para rastrear as origens, proposto pelo Secretariado da OMS, assinalou Zhao.
"Este plano de trabalho é incompatível com a resolução da 73ª sessão da Assembleia Mundial da Saúde", disse Zhao, acrescentando que a resolução solicita claramente ao diretor-geral da OMS que continue trabalhando de perto com os países para identificar a fonte zoonótica do vírus e a rota de transmissão aos humanos.
"Isto significa que os Estados-membros devem tomar a iniciativa na formulação da seguinte fase do plano de trabalho do rastreamento de origem. A OMS deve consultar completamente com os Estados-membros e chegar a um acordo. O processo de esboço do plano de trabalho também deve ser aberto e transparente", disse Zhao.
Este plano de trabalho também é incompatível com as conclusões e recomendações do estudo conjunto OMS-China sobre o rastreamento da origem da COVID-19. Suas conclusões autorizadas e sugestões científicas devem ser um fundamento importante para a próxima etapa do trabalho de rastreamento de origem global, acrescentou o porta-voz.
"A China e muitos Estados-membros da OMS lamentam indicar que este plano de trabalho foi seriamente politizado e interferido, e é um documento que perde princípios científicos e objetivos e carece do espírito de cooperação", disse Zhao.
O estudo conjunto OMS-China sobre o rastreamento da origem da COVID-19 chegou claramente à conclusão de que um incidente de laboratório é "extremamente improvável" como causa da COVID-19, e a comunidade científica internacional também tem um amplo consenso a respeito, disse. Entretanto, este plano de trabalho continua insistindo que "a violação da China aos procedimentos de laboratório causou o vazamento do vírus" deve ser o enfoque da pesquisa, mas ignora deliberadamente importantes direções de pesquisa como os primeiros casos globais e o papel das cadeias frias na transmissão do vírus, acrescentou.
Isto tem de ser um recordatório de que este plano de trabalho ecoa a "teoria de vazamento de laboratório" conclamada por países particulares como os Estados Unidos. Junto com a falta de transparência no processo de esboço, as pessoas têm de suspeitar que este plano de trabalho é produto de manipulação política, acrescentou.