O novo coronavírus precisa de ser rastreado, tal como o vírus político, disse o conselheiro de Estado chinês e ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, no domingo.

Wang fez tal comentário durante uma coletiva de imprensa com o ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto, ao abordar como China encara um pequeno número de países que vêm usando o rastreio da origem do novo coronavírus como pretexto para atacar e difamar a China.

Wang observou que a origem da Covid-19 é um assunto científico sério, que deve ser estudado por cientistas para uma melhor proteção contra riscos futuros.

Wang disse que todos os chanceleres com quem se encontrou concordam que o rastreio da origem do vírus não deve ser manipulado pela política. “Não deve ser usado para culpar nenhum país, muito menos para dividir a comunidade internacional”, acrescentou.

"Somente quando nos unirmos poderemos derrotar o vírus", disse.

"Ao se referir ao coronavírus como 'o vírus de Wuhan' e a virar abertamente as costas à OMS, os Estados Unidos tentaram desde o início politizar a epidemia, estigmatizar o vírus e usar o rastreio da sua origem como ferramenta. Os EUA ignoraram o trabalho árduo dos cientistas e recorreram ao rastreio, hiperbolizando a 'teoria do vazamento de laboratório'", disse Wang.

"O propósito dos Estados Unidos é claro. É transferir a responsabilidade por sua resposta mal sucedida à epidemia e alcançar a meta política de desacreditar e suprimir outros países", disse Wang, acrescentando que é preciso registrar este episódio nos anais da luta da humanidade contra a epidemia.

Enfatizando que a China sempre participou da cooperação internacional do rastreio da origem com uma atitude aberta, Wang disse que a China convidou duas vezes especialistas da OMS para realizar pesquisas conjuntas sobre o vírus.

Wang acrescentou que os especialistas foram a todos os lugares que requisitaram. Eles chegaram à conclusão científica de que um vazamento de laboratório é extremamente improvável e fizeram recomendações importantes, como "pesquisar os primeiros casos em vários lugares e países ao redor do mundo" e "estudar a possibilidade de transmissão do vírus pela cadeia de produtos congelados".

"A próxima fase deve se basear nisso e estudar os primeiros casos em muitos países ao redor do mundo”, disse Wang. O chanceler observou que especialistas médicos e cientistas chineses realizaram uma coletiva de imprensa para refutar rumores com fatos, esclarecendo a posição da China de maneira científica há alguns dias.

Até agora, quase 60 países enviaram cartas à OMS, aprovando os resultados da primeira fase da pesquisa de rastreio, opondo-se à tentativa de politizar o estudo das origens.

Wang reiterou que este esforço conjunto depende da cooperação em vez do descrédito, da verdade em vez da mentira e do respeito à ciência em vez da manipulação política.