A China espera que a Organização Mundial da Saúde (OMS) adira ao espírito da ciência, profissionalismo e objetividade e trabalhe com a comunidade internacional para manter a natureza científica e séria do rastreamento da origem da COVID-19, disse Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, na segunda-feira.
Ele disse que a China está preocupada com a iniciativa de alguns países de politizar o assunto do rastreamento da origem, que é de fato um assunto sério que precisa ser tratada com a colaboração de cientistas globais.
"Esperamos que a OMS possa [...] resistir à reação da politização e salvaguardar a atmosfera sólida da cooperação antiepidêmica global", disse Zhao em uma coletiva de imprensa ao responder a uma pergunta de que a OMS propôs um estudo de segunda fase da origem do coronavírus na China e também pediu por transparência das autoridades chinesas.
"O plano de trabalho do estudo das origens da segunda fase proposto pelo Secretariado da OMS está em desacordo com a posição da China e de muitos outros países sobre o assunto", disse Zhao.
Ele disse que uma resolução da 73ª sessão da Assembleia Mundial da Saúde solicitou claramente ao diretor-geral da OMS que continuasse a trabalhar em estreita colaboração com os países para identificar a fonte zoonótica do vírus e a rota de introdução na população humana.
A próxima fase do estudo das origens deve atender a essa solicitação e ser conduzida pelos Estados membros, indicou Zhao.
"Esperamos que a OMS tenha comunicação e consulta completas com os Estados membros, ouça e acate os conselhos de todas as partes e garanta que o processo de redação do plano de trabalho seja aberto e transparente", disse ele.
O porta-voz acrescentou que depois de uma pesquisa conjunta OMS-China por 28 dias na China, a OMS emitiu em 30 de março um relatório conjunto com conclusões claras e recomendações baseadas na ciência para a próxima fase do estudo de origens globais.
O relatório concluiu que o vazamento de laboratório é extremamente improvável e recomendou a realização de mais pesquisas sobre os casos iniciais em todo o mundo e uma maior compreensão do papel das cadeias de frio e alimentos congelados na transmissão do vírus.
"As conclusões e recomendações do relatório devem ser respeitadas e mantidas, e refletidas totalmente no trabalho do estudo das origens da próxima fase", disse Zhao.