O Ministério das Relações Exteriores da China pediu na segunda-feira (19) à Organização Mundial da Saúde (OMS) que mantenha sua posição científica e profissional no rastreamento das origens da Covid-19 e se oponha firmemente à politização do assunto enquanto se prepara para a segunda fase do estudo.
A OMS propôs na sexta-feira (16) passada uma segunda fase de estudos sobre a origem do coronavírus na China e pediu à China "que seja transparente e aberta e coopere".
A proposta da OMS é inconsistente com a posição da China e de muitos países, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, em uma coletiva de imprensa diária.
O plano para a próxima fase do estudo das origens globais deve ser liderado pelos Estados membros, conforme acordado na resolução da 73ª Assembleia Mundial da Saúde, avaliou Zhao.
"Esperamos que a OMS e os Estados membros se comuniquem e se consultem mutuamente e ouçam amplamente as opiniões e sugestões de todas as partes e garantam que o processo de elaboração do plano de trabalho seja aberto e transparente", disse ele a repórteres, acrescentando que a proposta sobre estudos adicionais da origem da Covid-19 está sendo estudada por especialistas chineses.
O estudo da origem do coronavírus é uma questão científica e requer a cooperação de cientistas de todo o mundo, disse Zhao, condenando alguns países, inclusive os EUA, por politizarem o vírus.
"Mais de 90 por cento (dos) participantes de uma pesquisa do Global Times afirmaram que a próxima fase da investigação sobre as origens da Covid-19 precisa ir para os EUA", disse Zhao na coletiva, fazendo referência ao laboratório de Fort Detrick em Maryland, EUA.
Na tarde de segunda-feira, mais de 750.000 internautas chineses assinaram uma carta conjunta à OMS, exigindo que a organização conduza uma investigação no laboratório dos EUA.
"Os EUA devem enfrentar as vozes da comunidade internacional, incluindo o povo chinês, e fornecer um relato satisfatório do conteúdo da carta aberta e da pesquisa online", disse Zhao.
O Ministério das Relações Exteriores da China pediu repetidamente a Washington para responder às preocupações internacionais sobre seus laboratórios biológicos e convidar especialistas internacionais para investigar seus riscos.