O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse na quarta-feira que, como duas grandes economias e países com influência, a China e a Alemanha defendem o multilateralismo e o livre comércio e precisam dar exemplo de uma cooperação aberta, mutuamente benéfica e de ganho recíproco.
Li fez as declarações ao copresidir a sexta consulta intergovernamental China-Alemanha com a chanceler alemã, Angela Merkel, por meio de uma teleconferência em Beijing.
A consulta intergovernamental tem servido como o "supermotor" na condução da cooperação prática geral entre a China e a Alemanha, assinalou Li, acrescentando que, apesar da COVID-19, a consulta está sendo realizada de uma forma especial de "diálogo na nuvem" com a presença de 25 ministros de ambos os lados, o maior número nos últimos anos.
"Isso mostra plenamente a importância que os dois países atribuem ao relacionamento e à cooperação bilaterais."
De acordo com o primeiro-ministro chinês, face a uma grande pandemia, a comunidade internacional deve enviar uma forte mensagem de cooperação e mostrar a força de unidade.
"Somente com unidade e cooperação os países ao redor do mundo podem derrotar o vírus confrontado pela humanidade, e somente com unidade e cooperação podemos impulsionar a recuperação e o crescimento da economia mundial", afirmou Li.
Observando o novo progresso na cooperação China-Alemanha nos últimos mais de dois anos desde a última rodada de consulta, Li informou que a China tem ampliado sua abertura com uma série de novas medidas e que as empresas alemãs quanto outras estrangeiras se beneficiam.
Apesar do impacto da COVID-19, o comércio entre os dois países continua a crescer, o que é uma forte prova da força e do potencial da cooperação entre os dois países, segundo Li. Tal cooperação trouxe benefícios reais para os dois povos e contribuiu para a estabilidade das cadeias industrial e de suprimentos globais, acrescentou.
Li enfatizou que, apesar de os dois países terem diferentes pontos de vista sobre algumas questões, ambos os lados devem respeitar os interesses centrais e as principais preocupações um do outro, realizar comunicação e intercâmbio com base na igualdade e na não interferência nos assuntos internos um do outro.
Ele pediu que os dois países aumentem a confiança, dissipem dúvidas, reduzam diferenças e se concentrem na cooperação, dizendo que isso criará condições de capacitação para diálogos e cooperação sem problemas no futuro.
O próximo ano marcará os 50 anos das relações diplomáticas China-Alemanha.
Li apontou que os dois países precisam ter em vista sua cooperação nas próximas cinco décadas, manter uma cooperação sincera e de ganho recíproco, e remover distúrbios desnecessários para garantir o crescimento sólido e estável das relações China-Alemanha no longo prazo.
Em seu discurso de abertura, a chanceler Merkel disse que, graças à consulta intergovernamental, a cooperação bilateral em relações exteriores, comércio, agricultura, progresso social, segurança alimentar, desenvolvimento sustentável e resposta climática fez novos progressos em amplitude e profundidade, além de expressar a esperança de que a consulta como um mecanismo continue.
Observando que tanto a China quanto a Alemanha têm desempenhado um papel importante na resposta global à COVID-19, Merkel afirmou que a Alemanha está pronta para avançar sua cooperação com a China na produção de vacinas e reconhecimento mútuo.
Segundo ela, o Acordo Abrangente de Investimentos entre a União Europeia (UE) e a China é transparente e recíproco e fornecerá mais salvaguardas para a cooperação econômica e comercial entre os dois lados.
A Alemanha e a China são parceiras estratégicas abrangentes, e a Alemanha espera manter o diálogo e os intercâmbios com a China para aumentar ainda mais o entendimento mútuo, acrescentou Merkel.