As alegações bem orquestradas do Ocidente sobre "trabalho forçado" e "genocídio" na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, na China, são flagrantemente hipócritas e visam claramente esconder um motivo oculto, avalia Sueli Vasconcelos, professora de Geografia Socioambiental e Geopolítica dos Colégios Santa Marcelina de Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, no Brasil.
Em um artigo recente intitulado "A hipocrisia e a geopolítica: um breve olhar sobre os Uigures na China", publicado pelo diário regional Estado de Minas, a pesquisadora revela o uso da hipocrisia como ferramenta de política.
Uma das notícias mais divulgadas na mídia ocidental é "a violação de direitos humanos, que, supostamente, é cometida pela China contra os povos Uigures, na província de Xinjiang", escreve Vasconcelos.
"Os acusadores têm um longo histórico de violação de direitos humanos contra muçulmanos e outros povos em várias partes do mundo", observa ela, perguntando por que "o mundo ocidental, praticamente, silenciou-se", em face do escândalo de tortura e abuso de iraquianos cometido pelas forças armadas dos EUA na prisão de Abu Ghraib no Iraque em 2004?
Os Estados Unidos usaram "tortura e humilhações" contra homens, mulheres e até crianças, muitos deles inocentes, após a invasão do país do Oriente Médio, mas "o fato não causou tanto repúdio", lembra a professora.
Atualmente, o mundo ocidental também mantém-se silencioso sobre o que está acontecendo na fronteira sul dos Estados Unidos com o México, onde crianças imigrantes são forçadas a se separar com seus pais e até mesmo enjauladas, acrescenta ela.
A professora diz que as políticas e estratégias internacionais de um país devem se basear no respeito a todas as expressões das diferentes culturas, religiosidade, línguas e tradições, notando que os duplos critérios sobre as questões de direitos humanos devem parar porque são hipócritas.
No final do artigo, Vasconcelos aponta que a campanha de difamação em Xinjiang é um reflexo da ansiedade dos falcões ocidentais sobre o crescimento da China.