China limitará emissões de gases de efeito estufa mais potentes que CO2

Fonte: Diário do Povo Online    29.04.2021 10h26

Vista de usina eólica em Zhangjiakou, localizada na província de Hebei, no norte da China. (Foto de Arquivo / Xinhua)

No final do ano passado, a China foi capaz de reduzir as emissões de HFC23, um gás de efeito estufa muito mais potente do que o dióxido de carbono (CO2), em 65.300 toneladas métricas, o que equivale a 966 milhões de toneladas de dióxido de carbono, disse Li Gao, diretor-geral do departamento de mudanças climáticas do Ministério da Ecologia e Meio Ambiente da China.

Li Gao fez a observação enquanto o país asiático se prepara para adotar um tratado internacional que visa controlar os hidrofluorocarbonetos, ou HFCs.

A China decidiu adotar a Emenda Kigali ao Protocolo de Montreal e está intensificando as restrições às emissões de gases de efeito estufa mais potentes do que o CO2, como os hidrofluorocarbonetos, anunciou o presidente Xi Jinping durante uma cúpula por vídeo sobre o clima entre China, França e Alemanha em Beijing no dia 16 abril deste ano.

O Protocolo de Montreal visa controlar as substâncias que destroem a camada de ozônio. Dado seu impacto zero na destruição da camada de ozônio, os HFCs são atualmente usados como substitutos de algumas dessas substâncias. A emenda foi criada em 2016 com base no consenso de que os HFCs são poderosos gases de efeito estufa.

"A China não fez pouco quanto ao controle das emissões de gases de efeito estufa que não o CO2. Em vez disso, fizemos muito", disse Li em entrevista coletiva organizada pelo Escritório de Informação do Conselho de Estado da China na terça-feira (27).

Os esforços contínuos do país asiático para melhorar a triagem do lixo, o que pode reduzir os resíduos que vão para aterros, promover a construção de fossos que podem transformar resíduos agrícolas em biogás e capturar gases nocivos liberados na mineração de carvão, por exemplo, contribuem para o controle do metano , também mais poderoso do que o CO2 no aquecimento da Terra, pontuou ele.

Os poços de geração de metano, construídos principalmente em áreas rurais, aproveitam resíduos agrícolas e evitam anualmente emissões de metano na atmosfera equivalentes a 60 milhões de toneladas de dióxido de carbono, acrescentou.

"A China também atribuiu grande importância à gestão do gás do pântano no setor de mineração de carvão nos últimos anos", destacou ele. Os principais componentes do gás gerado pela mineração de carvão são o metano e o dióxido de carbono.

De acordo com um documento que o ministério publicou no final do ano passado sobre o aprimoramento das avaliações de impacto ambiental para projetos de mineração de carvão, será obrigatório para as minas de carvão que são fontes de quantidades significativas de gás do pântano coletar metano para utilização.

Li também prometeu mais medidas visando as emissões de gases de efeito estufa que não sejam CO2.

Além de monitorar e avaliar essas emissões o ministério também pretende elaborar inventários de emissões com mais frequência em seus esforços para obter uma imagem mais clara da situação e das tendências das emissões, afirmou ele.

(Web editor: 符园园, Renato Lu)

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