O projeto de decisão da Assembleia Popular Nacional (APN) , o principal órgão legislador do país, sobre a melhoria do sistema eleitoral de Hong Kong recebeu amplo apoio na sexta-feira (5), quando vários setores da cidade saudaram a medida como "necessária" e "de grande importância" na salvaguarda da soberania, segurança e desenvolvimento nacional.

Segundo a avaliação geral da população local, a medida oferecerá proteção institucional efetiva da futura implementação dos "patriotas que governam Hong Kong", que é a essência do princípio "um país, dois sistemas", enquanto reforça a estabilidade e prosperidade de longo prazo da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK).

O esforço foi elogiado depois que a APN começou a deliberar sobre o projeto de decisão na reunião de abertura de sua sessão anual na sexta-feira. Durante a reunião, Wang Chen, vice-presidente do Comitê Permanente da APN, explicou que as melhorias se concentrarão na reconstrução e no maior empoderamento do Comitê Eleitoral, que escolhe o chefe-executivo de Hong Kong.

Após a reunião, a chefe-executiva de Hong Kong, Carrie Lam Cheng Yuet-ngor, avaliou através de um comunicado que, nos últimos anos, a cidade enfrentou circunstâncias que desfavoreceram a implementação completa de "um país, dois sistemas".

Caso tais atos não sejam suprimidos a tempo, os desreguladores radicais poderão entrar no sistema político de Hong Kong por meio de eleições. Isso comprometerá a prosperidade e a estabilidade da cidade, colocando "um país, dois sistemas" em risco, disse Lam. Por isso, ela apoia totalmente que o governo central tome a liderança para melhorar o sistema eleitoral.

Lam afirmou que o governo de Hong Kong irá cooperar totalmente com a iniciativa do governo central para definir emendas nas leis pertinentes.

Tung Chee-hwa, vice-presidente do Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPCh), o principal órgão consultivo político da China, disse que a melhoria do sistema eleitoral de Hong Kong representará um benefício essencial para todos os residentes de Hong Kong e oferecerá proteção institucional à sua estabilidade a longo prazo.

Tung, que também é ex-chefe-executivo da RAEHK, disse que o país atingiu um ponto crítico e que a reforma é imprescindível, e que ter patriotas em cargos públicos de primeira linha é um princípio reconhecido internacionalmente. Ele acrescentou que é um desejo coletivo das pessoas de Hong Kong ver a cidade ser governada por patriotas.

Leung Chun-ying, outro vice-presidente do Comitê Nacional da CCPPCh, também ex-chefe-executivo de Hong Kong, alertou que a cidade jamais conseguirá recuperar a paz caso o sistema eleitoral imperfeito permaneça em vigor.

A melhoria proposta permitirá que a Comissão Eleitoral cumpra melhor sua função, disse ele, acrescentando que espera que a medida aprimore ainda mais o relacionamento entre o Executivo e o Legislativo da cidade.

O escritório de ligação do governo central em Hong Kong e o Gabinete do Comissário do Ministério das Relações Exteriores da China na RAEHK também apoiaram a iniciativa das autoridades centrais, dizendo que melhorar o sistema eleitoral em Hong Kong é uma tarefa crítica e urgente para salvaguardar institucionalmente o princípio "patriotas governando Hong Kong".

O presidente do Conselho Legislativo de Hong Kong, Andrew Leung Kwanyuen, disse que um sistema eleitoral aprimorado tornará clara a ordem constitucional de Hong Kong, formará uma legislatura pacífica e racional e reduzirá atritos e contradições internas desnecessárias.

O governo central tem sido compreensivo e aberto a diferentes pontos de vista da comunidade de Hong Kong, afirmou Andrew Leung Kwan-yuen, acrescentando que a legislatura continuará a apresentar diversidade mesmo com a melhoria do sistema eleitoral.

Em comunicado, o governo da Região Administrativa Especial de Macau explicou que Macau tem desfrutado de um bom ambiente político com os "patriotas que governam Macau" graças ao estabelecimento de um sistema eleitoral adequado à cidade.

É responsabilidade de todos os residentes de Macau consolidar o princípio “patriotas que governam Macau”, dizia o comunicado.