Segundo dados da Administração Geral das Alfândegas da China, o valor total das importações e exportações entre a China e os países lusófonos de janeiro a dezembro de 2020 atingiu 145,185 mil milhões de dólares - um decréscimo de 2,98% face ao ano transato. Entre eles, a China importou 101,949 bilhões de dólares de produtos dos países lusófonos, uma queda de 3,43% em termos anuais. O valor das exportações para os países lusófonos atingiu 43,236 bilhões de dólares, menos 1,88% face ao ano anterior.
O Diário do Povo Online entrevistou recentemente Wang Cheng’an, ex-secretário-geral do Fórum Económico e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa em Macau e especialista-chefe do Centro de Pesquisa sobre Países Lusófonos da Universidade de Economia e Negócios Internacionais.
Wang Cheng’an disse que o valor total das importações e exportações entre a China e os países lusófonos diminuiu, mas que a queda não é significativa. Mesmo sob o contexto da epidemia, o volume do comércio entre a China e os países lusófonos atingiu mais de 145 mil milhões de dólares, evidenciando a rígida procura do mercado entre a China e os países lusófonos.
Em suma, as trocas comerciais entre Brasil, Portugal e Angola com a China representam a maior fatia do total das transações. Em 14 de setembro de 2020, a China e a União Europeia assinaram formalmente o acordo bilateral entre a China-União Europeia (UE) sobre indicações geográficas. Wang acredita que o acordo pode proteger os direitos e interesses dos consumidores e promover o desenvolvimento saudável do comércio entre a China e Portugal.
O valor total das importações e exportações da China e dos países lusófonos como o Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe também tem apresentado uma forte tendência de crescimento.
Os formatos e o conteúdo das trocas econômicas e comerciais bilaterais entre a China e os países lusófonos são diversos. Grande parte das exportações da China para os países lusófonos é produtos mecânicos e eletrónicos, equipamentos de comunicação, equipamentos audiovisuais e têxteis. Wang disse que existe uma forte complementaridade entre todas as partes.
No ano passado, os povos chineses e lusófonos cooperaram para ultrapassar as dificuldades por causa da epidemia. A China ofereceu assistência urgente em grande quantidade aos países lusófonos. Além disso, as autoridades regionais da China, as empresas que cooperam com os países lusófonos e os chineses a residir nos países lusófonos doaram máscaras, roupas de proteção e outros materiais.
O governo chinês forneceu assistência ao Brasil com suprimentos médicos anti-epidêmicos em três lotes. As empresas chinesas no Brasil também ajudaram as populações locais. Por exemplo, a Gree Electric Appliances, localizada em Manaus, doou 10.000 máscaras e óculos de proteção ao hospital local. A Assembleia Estadual de Pernambuco no Brasil também anunciou a entrega do "Prêmio Internacional de País Amigo" à China em reconhecimento pelo contributo chinês para o desenvolvimento do estado. "A China e os países lusófonos escreveram um novo capítulo na cooperação anti-epidemiológica entre a China e os países de língua portuguesa", disse Wang.
"A epidemia do coronavírus não impediu a cooperação entra a China e os países lusófonos", disse Wang. No primeiro semestre de 2020, o investimento acumulado das empresas chinesas no Brasil ascendeu a quase 80 bilhões de dólares, proporcionando maior espaço para a recuperação do desenvolvimento econômico no período pós-epidemia.
Wang Cheng’an considera que as perspetivas de cooperação entre a China e a lusofonia permanecem amplas.