Como muitos americanos estão voltando para casa ou viajando nas férias, especialistas em saúde pública estão alertando sobre outro possível aumento catastrófico de COVID-19 que pode atingir duramente os Estados Unidos.

Férias provaram ser um catalisador de infecções por COVID-19 em todo o país. Os Estados Unidos testemunharam aumentos significativos nas infecções durante ou após as férias no início deste ano, com o maior aumento nas infecções, mortes e hospitalizações ocorrendo após o Dia de Ação de Graças.

"A transmissão do vírus que ocorreu durante o período de Ação de Graças levou muitos sistemas de saúde em todo o país à beira do fracasso e ainda não terminamos de ver esse impacto", disse John Brownstein, diretor de inovação do Hospital Infantil de Boston.

O principal especialista em doenças infecciosas dos EUA, Anthony Fauci, alertou que uma maré já crescente de infecções por coronavírus pode receber outro impulso, à medida que os americanos se reúnem para as celebrações do Natal e Ano Novo, apesar dos avisos das autoridades de saúde pública.

"Podemos muito bem ver uma onda pós-sazonal, devido Natal e Ano Novo, como eu descrevi, como uma onda após outra", disse Fauci à CNN.

Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, disse na terça-feira que os Estados Unidos estão passando por uma onda de coronavírus que acaba de ficar "fora de controle em muitos aspectos".

Ele disse que o recente período de viagens de férias pode tornar janeiro ainda pior do que dezembro.

O país testemunhou mais mortes de COVID-19 em dezembro do que em qualquer outro mês desde o início da pandemia, de acordo com o Projeto de Rastreamento de COVID.

"Dezembro já é o mês mais mortal desde o início da pandemia nos Estados Unidos", segundo o projeto de rastreamento, que relatou um recorde de casos hospitalizados por COVID-19 de 124.686 em todo o país na terça-feira.

Um total de 199.282 novos casos e 3.390 mortes foram relatados em todo o país na terça-feira, de acordo com dados atualizados na quarta-feira pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC).

O CDC pediu que a população evitasse viagens e ficasse em casa durante o feriado de Natal, para conter a propagação do vírus.

Especialistas em saúde e a mídia dos EUA também têm criticado a eficiência da implantação da vacina de COVID-19 no país. O país está atrasado em relação a outros países em vacinas, e o plano de implantação da vacina está atrasado, faltando apenas um dia para acabar 2020, de acordo com relatórios da CNN.

Os Estados Unidos registraram mais de 19,67 milhões de casos de COVID-19 com mais de 341.000 mortes relacionadas até a tarde de quarta-feira, de acordo com a contagem em tempo real feita pela Universidade Johns Hopkins.